Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e da Espanha, Pedro Sánchez, anunciaram em artigo conjunto nesta quinta-feira (6) que apostarão no multilateralismo para combater a desigualdade e o aquecimento global.
“Devemos aproveitar os sucessos do multilateralismo, em especial a Agenda 2030 e o Acordo de Paris”, aponta o texto assinado pelos três presidentes.
Três eventos são apontados como centrais para promover essa agenda em 2025: a Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FfD4) em Sevilha, Espanha; a 30ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) em Belém, Brasil, e a Cúpula do G20 em Joanesburgo, África do Sul.
“Em Sevilha, trabalharemos para mobilizar o capital público e privado para o desenvolvimento sustentável, reconhecendo que a estabilidade financeira e a ação climática são inseparáveis. Em Joanesburgo, o G20 reafirmará a importância do crescimento econômico inclusivo. E em Belém, estaremos juntos para proteger nosso planeta”, diz o texto.
A COP30, sediada em Belém, terá como principal objetivo garantir que os “compromissos de financiamento climático se traduzam em ações concretas”. No encontro serão apresentadas as novas metas de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), com previsão de aumentar para pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano o financiamento de todas as fontes públicas e privadas para ações climáticas em países em desenvolvimento.
“Precisamos aumentar significativamente o financiamento da adaptação climática, alavancar o investimento do setor privado e garantir que os bancos multilaterais de desenvolvimento assumam um papel mais importante no financiamento climático.”
O encontro do G20 na África do Sul terá como prioridade as discussões sobre iniciativas de alívio da dívida, promoção de mecanismos inovadores de financiamento, assim como a identificação das causas do alto custo de capital enfrentado pela maioria dos países em desenvolvimento.
A conferência de Sevilha deve complementar os esforços tanto da COP30 quanto do G20, para “garantir compromissos para uma cooperação financeira internacional mais forte para o desenvolvimento sustentável, inclusive por meio de uma melhor tributação da riqueza global e das externalidades negativas”.