O Museu da Cultura Hip Hop RS, em Porto Alegre (RS), inaugura no próximo sábado (8) a exposição “Hip Hop das Manas” destacando a presença feminina no movimento. Com um acervo composto por 120 itens doados por hip hopers gaúchas, a mostra evidencia a contribuição de MCs, DJs, b-girls, produtoras e artistas visuais para a cena cultural do Rio Grande do Sul. A entrada é gratuita, e o público pode visitar o espaço de terça a sábado, das 9h às 12h e das 14h às 17h.
Mulheres e o protagonismo no hip hop
Desde sua origem nos anos 1970, o hip hop serviu como ferramenta de resistência para comunidades marginalizadas. No entanto, a presença feminina no movimento, embora essencial, nem sempre foi reconhecida. Cindy Campbell, ao organizar a lendária festa de 11 de agosto de 1973 no Bronx, abriu caminho para a consolidação da cultura hip hop e evidenciou a relevância das mulheres nesse cenário.

Assim como Cindy, diversas mulheres no Rio Grande do Sul vêm transformando a cena hip hop. Apesar dos desafios impostos por um meio predominantemente masculino, elas conquistaram espaço e reescreveram narrativas. “Hip Hop das Manas” surge justamente para dar visibilidade a essas trajetórias e ressaltar o impacto das mulheres no movimento.
Luta por reconhecimento e igualdade
Aretha Ramos, coordenadora do Museu da Cultura Hip Hop RS, lidera uma equipe composta por 57,14% de mulheres e reforça a importância da nova exposição. “Enfrentamos obstáculos como a falta de segurança nos espaços culturais, estereótipos de gênero e escassez de financiamento para projetos femininos. Mesmo assim, seguimos inovando, criando redes de apoio e reivindicando oportunidades igualitárias”, afirma Aretha.
Para ela, o protagonismo feminino no hip hop gaúcho é uma construção coletiva. “As mulheres seguem impulsionando o movimento, garantindo que ele permaneça inclusivo, representativo e transformador. Essa história precisa ser contada e reconhecida”, conclui.
Visitação e estrutura do museu
O Museu da Cultura Hip Hop RS está localizado na Rua Parque dos Nativos, 545, Vila Ipiranga, em Porto Alegre. O público pode optar por visitas livres ou agendadas, sendo estas últimas destinadas a grupos de até 50 pessoas e acompanhadas por mediadores. O agendamento pode ser feito através do site oficial.
Primeiro do gênero na América Latina, o Museu conta com um espaço de quatro mil metros quadrados e mais de seis mil itens em seu acervo. Inspirado no The Universal Hip Hop Museum, nos Estados Unidos, oferece salas expositivas, ateliê de oficinas, biblioteca, estúdio musical, multipalco, café e uma estufa agroecológica.
O projeto é financiado pela Lei Rouanet e conta com patrocínio master da Petrobras, além do apoio do Instituto Neoenergia e Budweiser Zero. A iniciativa é uma realização do Ministério da Cultura, Governo Federal, União e Reconstrução.
