Os países da União Europeia respaldaram, nesta quinta-feira (6), durante uma cúpula extraordinária em Bruxelas (Bélgica), o plano lançado pela Comissão Europeia para financiar o rearmamento no bloco, anunciou uma porta-voz da instituição. O plano inclui uma proposta para flexibilizar as rígidas normas fiscais da UE, que limitam os gastos públicos, permitindo que os países possam investir mais em defesa e segurança.
A proposta da Comissão prevê que essa flexibilidade seja válida por um período de quatro anos, embora a Alemanha já tenha expressado o desejo de um período mais extenso.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estimou que o plano, caso seja aprovado, poderia mobilizar cerca de 800 bilhões de euros (R$ 4,97 trilhões), mas não mencionou um prazo específico.
Os líderes dos países europeus estão em Bruxelas para uma cúpula excepcional para discutir a continuidade do apoio à Ucrânia e as alternativas para reforçar a indústria de defesa do bloco.
Na manhã desta quinta, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, participou pessoalmente de uma reunião com os líderes europeus. Ao chegar à cúpula, Zelensky agradeceu aos europeus pelo apoio e destacou que isso faz com que os ucranianos não estejam “sozinhos”.
O plano foi anunciado após o governo dos Estados Unidos decidir suspender a ajuda à Ucrânia, uma iniciativa que transferiu essa responsabilidade para os ombros da Europa.
Verba da Noruega para a Ucrânia
A Noruega aumentará sua ajuda à Ucrânia em mais de 160%, o que representa 50 bilhões de coroas norueguesas (quase US$ 4,5 bilhões ou R$ 25,9 bilhões) em 2025, chegando ao equivalente a US$ 7,7 bilhões (R$ 44,26 bilhões). O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo primeiro-ministro Jonas Gahr Støre.
“O apoio norueguês ajudará a Ucrânia a enfrentar a Rússia e a fortalecer o plano de paz em que os países europeus estão trabalhando”, declarou Jonas Gahr Støre em um comunicado. “A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia está em pleno auge, e a Rússia está se rearmando fortemente”, acrescentou.
“Estamos enfrentando a situação de segurança mais grave para a Noruega desde a Segunda Guerra Mundial. Trata-se de uma contribuição norueguesa sólida para a paz e estabilidade na Ucrânia e na Europa”, afirmou Støre.
A decisão de aumentar substancialmente os gastos em apoio à Ucrânia foi tomada em acordo com os partidos representados no Parlamento norueguês, ressaltou o governo. Com esse pacote adicional, a contribuição total até 2030 chegará a 205 bilhões de coroas norueguesas (cerca de US$ 18,7 bilhões, R$ 107,5 bilhões), segundo o governo.
A Noruega, um grande produtor de hidrocarbonetos que se beneficiou enormemente do aumento dos preços do petróleo impulsionado pela invasão russa da Ucrânia, é proporcionalmente um dos principais apoiadores de Kiev, de acordo com a classificação do Instituto Kiel.
*Com AFP