Por Marlise Matos
Precisamos frear os retrocessos e ameaças que hoje insistem em regredir os direitos das mulheres.
O dia 8 de março é o Dia Internacional das Mulheres, sejam elas pobres, negras, trans, lésbicas, com deficiência, em situação de violência e violação de direitos, etc. No Brasil, ao longo da história, a luta das mulheres teve resultados importantíssimos, tais como a conquista do direito ao voto, do acesso à Educação Básica e a programas específicos para a saúde da mulher e, mais recentemente, uma lei para que homens e mulheres recebam o mesmo salário quando desempenham a mesma função (algo ainda distante da realidade).
As profissões que têm maior status social e maiores remunerações continuam majoritariamente ocupadas por homens. Ainda existe muita discriminação, muito preconceito e ódio contra a participação das mulheres no espaço público.
Além disso, ainda predomina na nossa sociedade uma cultura que define o homem como a única fonte de autoridade e que menospreza a participação das mulheres. As estatísticas de violência sexual e de gênero contra as mulheres são uma grande demonstração de que há muita luta a ser feita e que as conquistas das mulheres permanecem a meio caminho.
Há muito a se conquistar e muitos obstáculos a enfrentar. Nós mulheres temos jornadas de trabalho exaustivas e estressantes acumuladas com o trabalho não remunerado de sustentação da vida, como é o trabalho doméstico e de cuidado com crianças, pessoas doentes e idosos.
A pequena participação dos homens nesse tipo de trabalho é fonte de adoecimento de mulheres e bloqueia uma maior participação feminina nos espaços públicos, impedindo que as mulheres alcancem mais conquistas.
As lutas das mulheres sempre foram por justiça e por uma sociedade efetivamente inclusiva e igualitária. Somos, cada uma de nós mulheres, a linha de frente da defesa das democracias hoje e a nossa responsabilidade é imensa. É a hora de assumi-la e de radicalizar as nossas lutas. Venha assumir conosco esta radicalização!
O Sindicato das Professoras e dos Professores da UFMG (APUBHUFMG+) e o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da UFMG (NEPEM/UFMG) realizam, neste mês de março, uma campanha de conscientização sobre a importância da luta das mulheres.
Participe também da marcha do dia de luta das mulheres na região metropolitana de BH a partir das 10 horas na Praça Raul Soares e mobilize-se com essa campanha do APUBH e do NEPEM pelos direitos das mulheres na UFMG!
Marlise Matos é diretora da Setorial de Saúde, Acolhimento e Diversidade do APUBH e coordenadora do NEPEM UFMG
— Este é um artigo de opinião, a visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal.