A tradicional marcha do oito de março, em Porto Alegre, será neste sábado, e denunciará as diversas violências que recai sobre as mulheres. O ato unificado que reunirá movimentos feministas, sociais, sindicais, acontecerá a partir das 9h da manhã, no Largo Glênio Peres, no centro da Capital. E como anos anteriores trará o lema ‘Pela Vida de Todas as Mulheres’, destacando a violência de gênero.
“Março, mês de luta das mulheres, estaremos nas ruas, denunciando a violência machista crescente no país. As políticas da ultradireita reacionária, como a imposição de gravidez infantil. As jornadas de trabalho abusivas, que se combinam com o trabalho doméstico, colocando mais sobrecarga física e mental às mulheres. E o negacionismo climático”, destaca a organização do ato.

Conforme apontam as entidades organizadoras, muitas mulheres foram impactadas com as enchentes na calamidade e os programas de reconstrução ainda não foram cumpridos. “Dessa forma as mulheres continuam deslocadas e impactadas com a negação de acesso a moradia e subsídios mínimos.”
Pela Vida de Todas as Mulheres
De acordo com os dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), até outubro de 2024, os estados e o Distrito Federal comunicaram ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) 1.128 mortes por feminicídio. Já a 18ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, realizado pelo Fórum de Segurança Pública, aponta que foram registradas 1.467 vítimas de feminicídio, sendo 63,6% de mulheres negras. A maioria dos casos (71,1%), de mulheres entre 18 a 44 anos.
O levantamento também aponta que aconteceu um estupro a cada seis minutos. Foram registrados 83.988 vítimas, destas 76% de vulneráveis.

No RS, em 2024, segundo dados do Observatório de Violência Doméstica da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP), houve 52.619 registros de violência contra as mulheres, sendo 72 casos de feminicídios e 235 tentativas. Foram registradas 31.246 ameaças, 2.329 casos de estupro (incluindo de vulnerável) e 18.737 casos de lesão corporal. No levantamento da Lupa Feminista foram registrados 110 feminicídios.
Em 2023 foram 55.623 registros de violência contra as mulheres, sendo 87 casos de feminicídios e 231 tentativas. Pela Lupa Feminista foram contabilizados 102.
Em janeiro deste ano o estado registrou 4.817 casos de violência. Destes 2.753 ameaças, 1.870 de lesão corporal, 160 estupros, 24 casos de feminicídio tentado e 10 consumados. No levantamento da Lupa, do início do ano até o dia 28 de fevereiro foram 12 vítimas de feminicídio.
