A Sala Redenção, cinema do campus central da UFRGS, em Porto Alegre, reabre sua programação neste mês de março com a exibição da mostra Mulheres por Mulheres. A partir de segunda-feira (10), até o dia 21, com entrada gratuita, serão apresentados nove filmes dirigidos por mulheres e protagonizados por personagens femininas.
A segunda semana da mostra será dedicada a produções francófonas, em homenagem ao Dia Internacional da Francofonia. O evento é promovido em parceria com o SESC-RS, Goethe-Institut Porto Alegre, Aliança Francesa de Porto Alegre e Cinemateca Francesa.

Destaques da programação
A abertura da mostra traz duas produções marcantes: o brasileiro Elena, documentário sensível e lírico da cineasta Petra Costa, e Rafiki, longa-metragem da queniana Wanuri Kahiu, um dos nomes mais expressivos do cinema africano atual.
Elena resgata as memórias da diretora sobre sua irmã. Rafiki retrata a história de duas jovens apaixonadas que enfrentam desafios impostos pela sociedade queniana. Apesar do reconhecimento internacional, o filme foi censurado em seu país de origem.
Ainda na primeira semana, a Sala Redenção exibe o drama marroquino Sobre a Tábua, cedido pela Cinemateca Francesa, que aborda o cotidiano de jovens trabalhadoras da indústria do camarão.
O ciclo também inclui duas produções alemãs: 3 Dias em Quiberon, uma ficção baseada nos últimos dias da atriz Romy Schneider, e Preciosa Ivie, obra que reflete sobre identidade racial, gênero e ancestralidade, inspirada na trajetória pessoal da diretora.
Semana francófona e encerramento especial
Entre 17 e 21 de março, a programação será inteiramente dedicada ao cinema francófono, percorrendo desde os primórdios da sétima arte até produções contemporâneas. O destaque inicial é a exibição de curtas-metragens da pioneira Alice Guy Blaché, uma das primeiras cineastas da história.
A jornada cinematográfica segue com a Nouvelle Vague e um de seus maiores ícones, Cléo das 5 às 7, de Agnès Varda. O encerramento da seleção francófona será com Dalva (2022), produção belga que conquistou público e crítica.
A animação Aya de Yopougon encerra a mostra na sexta-feira (21), em uma sessão especial vinculada ao projeto Francofonias em Debate, promovido pelo setor de francês do Instituto de Letras da UFRGS.
Antes da exibição da animação, às 18h30, a escritora e tradutora Julia da Rosa Simões abordará o processo de tradução da graphic novel Aya de Yopougon, lançada no Brasil em 2009. Após o filme, a cineasta e crítica Kelly Demo Christ, integrante da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS), participa de um bate-papo com o público.
Serviço
Mostra “Mulheres por Mulheres” e “Sessões Francófonas”
De 10 a 21 de março, entrada franca
Sala Redenção – Cinema Universitário (Rua Eng. Luiz Englert, 333 – campus central da UFRGS, Porto Alegre)
Programação Mostra Mulheres por Mulheres
Elena
10 de março | segunda-feira | 16h
(dir. Petra Costa | Brasil | 2010 | 90 min | Documentário | 12 anos)
Elena viaja para Nova York com o mesmo sonho da mãe: ser atriz de cinema. Deixa para trás uma infância passada na clandestinidade durante a ditadura militar e uma adolescência vivida entre peças de teatro e filmes caseiros. Também deixa Petra, sua irmã de 7 anos. Entre aulas de atuação e testes de elenco, o que Elena encontra é uma realidade bem diferente da esperada. Duas décadas mais tarde, Petra também se torna atriz e embarca para Nova York em busca de Elena. Tem apenas pistas: fitas de vídeo, recortes de jornais, diários e cartas. A qualquer momento, Petra espera encontrar Elena andando pelas ruas. Aos poucos, os traços das duas se confundem. Já não se sabe quem é uma e quem é a outra. Quando finalmente encontra Elena num lugar inesperado, Petra precisa deixá-la partir.
Rafiki
10 de março | segunda-feira | 19h
13 de março | quinta-feira | 16h
(dir. Wanuri Kahiu | Quênia | 2018 | 83 min | Romance/Drama | 14 anos)
As jovens quenianas Kena e Ziki são grandes amigas e, embora suas famílias sejam rivais políticas, as duas continuaram juntas ao longo dos anos, apoiando uma a outra na batalha pela conquista de seus sonhos. A relação de amizade transforma-se em um romance que passa a afetar a rotina da comunidade conservadora em que vivem. Elas então precisam escolher entre viver este amor intensamente, desafiando as leis do Quênia, ou se distanciar para ter uma vida segura.
Sobre a Tábua
11 de março | terça-feira | 16h
13 de março | quinta-feira | 19h
(dir. Leila Kilani | Marrocos | 2010 | 106 min | Drama | Não classificado)
Duas jovens trabalham em uma empacotadora de camarões, um trabalho difícil e humilhante. Enquanto sonham em entrar para a indústria têxtil, conhecem duas moças com cargos melhores que podem ajudá-las.
Preciosa Ivie
12 de março | quarta-feira | 16h
(dir.Sarah Blaßkiewitz | Alemanha | 2021 | 109 min | Drama | 14 anos)
A afro alemã Ivie, mora em Leipzig e trabalha em um solário administrado pelo exnamorado enquanto procura um emprego estável como professora. Um dia, sua meia-irmã de Berlim, cuja existência desconhecia, aparece em sua porta. Ela conta que o pai das duas morreu, e que o funeral será no Senegal. Nenhuma delas o conhecia. À medida que as irmãs de duas cidades muito diferentes se aproximam, Ivie cria consciência do racismo cotidiano que enfrenta em seu dia a dia.
3 Dias em Quiberon
12 de março | quarta-feira | 19h
17 de março | segunda-feira | 16h
(dir. Emily Atef | Alemanha, França e Áustria | 2017 | 115 min | Biografia | Não classificado)
Para se recuperar antes do próximo filme, Romy Schneider passa três dias na pequena comuna francesa de Quiberon, em 1981, com sua melhor amiga Hilde Fritsch. Apesar de estar em uma clínica de reabilitação, Romy concorda em dar uma última entrevista ao repórter Michael Jürgs, acompanhado do fotógrafo Robert Lebeck. Movidos a romance, ambição profissional e desejo de viver, jornalista e artista se envolvem num jogo de gato e rato.
Programação Sessões Francófonas
Cléo das 5 às 7
17 de março | segunda-feira | 19h
20 de março | quinta-feira | 16h
(dir. Agnes Varda | França | 1962 | 90 min | Drama | Não classificado)
Cléo, linda e cantora, aguarda os resultados de um exame médico. Da superstição ao medo, da rua de Rivoli ao Café de Dôme, da vaidade à angústia, da casa dela ao Parque Montsouris, Cléo vive 90 minutos diferentes. Seu amante, um músico, uma amiga e um soldado abrem seus olhos para o mundo. ” Cléo de 5 à 7″ é um dos filmes emblemáticos da Nouvelle Vague.
Dalva
18 de março | terça-feira | 16h
20 de março | quinta-feira | 19h
(dir. Emmanuelle Nicot | França, Bélgica | 2022 | 84 min | Drama | 16 anos)
Dalva tem 12 anos, mas se veste, se maquia e vive como uma mulher. Uma noite, ela é abruptamente retirada da casa de seu pai. Inicialmente revoltada e totalmente incompreendida, ela conhece Jayden, um educador, e Samia, uma adolescente de personalidade forte. Uma nova vida parece se abrir para Dalva, a de uma jovem da sua idade.
Alice Guy Blaché – 13 curtas metragens
18 de março | terça-feira | 19h
21 de março | sexta-feira | 16h
(dir. Alice Guy Blaché | França | 1898 | 50 min | Comédia | Não classificado)
Programa de 13 curtas-metragens de Alice Guy dirigidos entre 1898 e 1907. É a primeira diretora de filmes de ficção da história do cinema. Foi ela que sugeriu a Léon Gaumont abandonar as simples vistas animadas para filmar pequenas histórias roteirizadas. A autorização é dada a ela e é um fato excepcional numa profissão reservada aos homens. Até 1907, ela vai reinar na produção Gaumont como diretora, diretora artística, roteirista, experimentar truques e efeitos especiais.
Aya de Yopougon
21 de março | sexta-feira | 19h + conversa com Julia da Rosa Simões e Kelly Demo Christ
(dir. Clément Oubrerie Marguerite Abouet | França | 2013 | 80 min | Animação | 10 anos)
Aya é uma jovem que quer estudar medicina. Mora em Yopougon, uma comunidade pobre perto de Abidjan, a cidade mais rica da Costa do Marfim. Ela e suas amigas gostam de se divertir e dançar. Sonham com amores e com muita riqueza. Como em muitos lugares pequenos, em Yopougon as notícias correm rapidamente, às vezes, gerando conflitos. O desenho reproduz preciosamente a geografia, os costumes e a vida local. Revela aspectos das relações sociais e familiares de um povo que influenciou muito a cultura brasileira. Baseado nas histórias em quadrinhos dos mesmos autores do filme.
