A Justiça do Rio de Janeiro arquivou a investigação contra o estudante universitário Igor Melo de Carvalho e o motociclista Thiago Marques Gonçalves, acusados falsamente de roubo de celular na Zona Norte do Rio, no dia 23 de fevereiro. Igor de Carvalho, que ia na garupa da moto de Thiago Gonçalves, chegou a ser baleado pela Polícia Militar (PM) na ocasião e perdeu um rim devido ao disparo.
Imagens mostram a moto sendo seguida pelo PM reformado Carlos Alberto de Jesus, que havia sido alertado pela namorada dele, Josilene Souza, de que a dupla teria roubado seu celular na região. O responsável pelo disparo está sendo investigado pela 22ª Delegacia Policial (DP) e pela Corregedoria da PM.
Na investigação, comprovou-se que Igor e Thiago não cometeram o crime, e o Ministério Público do Rio (MP-RJ) se manifestou pelo arquivamento do caso. Após sair do trabalho em um restaurante, Igor voltava para casa de mototáxi. Segundo o MP-RJ, Igor e Thiago estavam “comprovadamente trabalhando” no horário estimado como o momento do roubo por Josilene.
Os dois foram presos no dia 23 de fevereiro e liberados dois dias depois. Igor perdeu o rim direito após passar por uma cirurgia e recebeu alta no dia 2 de março. A Justiça determinou ainda que a motocicleta de Thiago, apreendida no momento da prisão, seja devolvida.
Um caso de racismo
“Não há nada que desabone a conduta do meu primo. A família pede justiça por Igor e por todos os homens, mulheres e jovens negros que são alvo por conta da sua cor da pele, da sua condição social e do lugar onde moram. Meu primo é um trabalhador”, afirmou a historiadora Pâmela Carvalho, prima de Igor, durante a investigação.
Igor é pai e trabalha em três empregos: atua como inspetor do Centro Universitário Celso Lisboa, onde estuda comunicação e, para complementar a renda, aos finais de semana é garçom, além de também ser ambulante no Carnaval.