A Coordenação LGBTQIA+ da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Universidade de Brasília (UnB) está realizando uma pesquisa para mapear a população trans, travesti e não-binária da universidade. De acordo com a instituição, a iniciativa visa coletar as informações necessárias para subsidiar a formulação e implementação de políticas públicas inclusivas.
Para Len Matos Nogueira, estudante de Design- Produção Visual que se identifica como não-binária e enxerga seu gênero de forma fluida, a apuração desses dados é muito importante. “Podemos não ser a grande maioria das pessoas na universidade, mas fazemos parte da comunidade acadêmica e gostaríamos de ter reconhecimento”.
A expectativa de Len é que os resultados sejam compartilhados com a comunidade geral, para trazer mais conhecimento sobre as pessoas que não correspondem ao sistema cisgênero na sociedade.
Entre as medidas que a pesquisa pretende embasar e fortalecer, está a criação de banheiros neutros dentro da instituição, uma medida bastante pedida pela comunidade acadêmica. Len vê a ampliação dos banheiros neutros como uma questão urgente, que afeta seu cotidiano. “Sinto muita falta de um banheiro para os estudantes, sem fazer distinção de gênero. Muitas vezes, tenho que fazer uma busca longa para encontrar banheiros que posso acessar ou até mesmo ficar sem usar, por minha própria segurança”.
Para ela, a alocação de sanitários sem divisão de gênero, a exemplo do que ocorre no Instituto de Artes (IDA), é algo que melhoraria a qualidade de vida da comunidade acadêmica. “Já temos alguns assim, mas é uma quantidade pequena”.
A iniciativa também pretende fortalecer políticas afirmativas, para garantir a entrada e permanência do grupo na universidade. Recentemente, a UnB aprovou as cotas para ingresso de pessoas trans na graduação. A resolução da universidade estabelece a reserva de 2% das vagas em todas as modalidades de ingresso na graduação para pessoas trans, travestis, mulheres trans, homens trans, transmasculinos ou pessoas não binárias.
Além da autodeclaração, as pessoas candidatas terão que se submeter a procedimentos de heteroidentificação. O documento estabelece ainda que deverão ser elaboradas políticas específicas de permanência estudantil para pessoas trans.
Todos os integrantes da comunidade acadêmica podem participar da pesquisa, que terá um processo de anonimização de dados para garantir a proteção das informações pessoais e preservar a identidade dos envolvidos. O formulário inquere sobre a identidade de gênero do participante, seu vínculo com a UnB e sua experiência na instituição, entre outras questões. Para responder, acesse o mapeamento de pessoas trans, travestis e não-binárias na Universidade de Brasília (UnB).
De acordo com a universidade, todas as etapas da pesquisa serão conduzidas conforme a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), Lei n.º 13.709/2018.
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