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luta das mulheres

Jornada das Mulheres Sem Terra no DF denuncia agronegócio e luta por direitos

Mobilização abre o calendário de lutas do movimento durante o ano

12.mar.2025 às 22h46
Updated On 13.mar.2025 às 18h01
Brasília (DF)
Caína Castanha
Jornada das Mulheres Sem Terra no DF denuncia agronegócio e luta por direitos

- Mesa de debate com a diretora Nacional do Setor Direitos Humanos do MST, Ayala Ferreira; a secretária da Mulher da CUT-DF e militante da Marcha Mundial das Mulheres, Thaisa Magalhães; e a ativista do MST, Jaqueline Pivato (da esquerda para direita) - Foto: Caína Castanha | BdF DF

Dentre as ações de luta e mobilizações que marcam o Mês do Dia Internacional das Mulheres, ocorre a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra de 2025, a principal luta protagonizada exclusivamente por mulheres no calendário do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Sob o lema “Agronegócio é violência e crime ambiental, a luta das mulheres é contra o capital!”, a ação coloca as mulheres no centro da discussão por direitos, terra e agroecologia.

Com atividades de 11 a 14 de março em todo o país, no Distrito Federal, as trabalhadoras rurais participam de encontros, mutirões de plantio, debates, formações, denúncias de violência e momentos de autocuidado. As atividades acontecem no acampamento do MST em Planaltina (DF).

A jornada abre o calendário de lutas dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) durante o ano, como lembra a dirigente nacional do movimento, Leidiane Evangelista. “É a única luta protagonizada exclusivamente por mulheres dentro do nosso calendário. Isso traz muita simbologia para o papel das mulheres na luta pela terra e Reforma Agrária Popular”, destaca. Ela ressalta que a presença feminina nos processos de negociação e articulação política reforça que as mulheres são peças fundamentais na construção de um campo mais justo, produtivo e sustentável.

Mais do que um momento de reivindicação, a jornada também denuncia os impactos do agronegócio, como o uso desenfreado de agrotóxicos, a grilagem de terras e as violências enfrentadas pelo povo do campo. “Nossa jornada não tem caráter apenas reivindicatório, mas também de denúncia contra o agronegócio, o uso de agrotóxicos, a degradação do meio ambiente, a grilagem de terras e as violências sofridas pelo povo”, enfatiza Evangelista.

A dirigente também destaca o papel fundamental das mulheres na produção de alimentos saudáveis no país. “É essencial dar visibilidade à contribuição das mulheres na agricultura e promover a agroecologia como um modo de vida saudável e equilibrado, no qual a família ocupa uma posição central tanto na produção quanto na organização da vida no campo. Precisamos romper com a visão de que apenas os homens trabalham e produzem alimentos.”

O MST-DF é composto por três regionais: nordeste mineiro, nordeste goiano e Distrito Federal. No contexto do DF e Entorno, a jornada conquistou avanços importantes, como a abertura de negociações com o governo, emissões de títulos de terra, acesso a créditos habitacionais e projetos específicos para as trabalhadoras rurais. No entanto, Leidiane Evangelista destaca que “a reforma agrária segue estagnada no país e que a luta precisa continuar”.

Entre as principais metas da mobilização deste ano no DF estão a obtenção de novas áreas para assentamentos, a regularização fundiária, a liberação de créditos para produção e habitação, além da retomada do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e do incentivo à agroecologia para garantir a produção de alimentos saudáveis.

Durante os dois dias de mobilização, trabalhadoras rurais do DF e Entorno participam das atividades. É o caso da trabalhadora rural Janice Amador da Silva, do acampamento Noelton Angélico, em Brazlândia (DF), onde vivem 135 famílias. Segundo ela, a luta pela terra e pela sobrevivência define a realidade das mulheres em acampamentos rurais, onde o acesso à água e à saúde básica torna o cotidiano ainda mais desafiador. “Quem mora em acampamento passa muito sofrimento, às vezes não tem água, então é tudo racionado.”

Dois dias de atividades marcam demanda das mulheres na luta pela terra no DF. Foto: Caína Castanha/BdF DF

Apesar das dificuldades, a luta das mulheres segue sendo impulsionada pelo coletivo e pela organização, e momentos de autocuidado também são valorizados. “É como se fosse o nosso aniversário, digamos assim”, comenta Hélia da Conceição, referindo-se ao momento de autocuidado com serviços de beleza que serão oferecidos às trabalhadoras em comemoração ao 8 de março. “Tem aquele momento de embelezamento que a gente quase não tem, né? Fazer unha, sobrancelha… Porque é tudo caro, e aí tem de graça. A gente vem para participar também e ficar bonita”, completa Janice Silva.

Para a secretária de Mulheres da CUT no DF e militante da Marcha Mundial de Mulheres, Thaisa Magalhães, os desafios das mulheres do campo para acessar direitos ainda são imensos. “A Lei Maria da Penha, por exemplo, avançou muito no enfrentamento à violência doméstica, mas aqui, onde estamos, se uma mulher sofre violência à noite, ela não tem para onde correr. O 180 e o 190 têm suas limitações, e os serviços públicos são inacessíveis para muitas dessas mulheres”, afirmou. Segundo ela, no campo, os direitos das mulheres ainda estão “pegando poeira na Constituição”.

Enfrentamento ao agronegócio e combate à fome

A jornada iniciou nesta quarta-feira (12) com uma mesa de debate sobre “O enfrentamento ao Agronegócio e Agrotóxicos e Combate à Fome e à Miséria”.

Thaisa Magalhães destacou como o conservadorismo e o fascismo resultam na retirada de direitos, afetando principalmente as mulheres e trabalhadores rurais. “O agronegócio não gera trabalho digno, não produz comida para o povo. É um modelo que concentra terras, riquezas e poluição, empurrando trabalhadoras e trabalhadores para condições ainda mais precárias”, denunciou. Para ela, fortalecer a agricultura familiar e garantir direitos à classe trabalhadora são caminhos essenciais para enfrentar esse cenário. “Nosso papel é seguir pressionando o governo e denunciando as alianças do capital com a extrema direita”, reforçou.

Thaisa Magalhães, secretária de mulheres da CUT-DF. Foto: Caína Castanha/BdF DF

Dirigente nacional do MST, Ayala Ferreira, apontou a dominação do agronegócio como um modelo hegemônico que expulsa trabalhadores de suas terras e inviabiliza a reforma agrária. “Eles querem o Estado reduzido para nós, mas o máximo para os interesses deles”, criticou. Além do impacto na estrutura fundiária, ela denunciou a violência e a degradação ambiental promovidas pelo setor. “O agronegócio é o nosso inimigo porque, primeiramente, ele concentra aquilo que deveria estar a serviço da sociedade brasileira”.

Segundo Ayala Ferreira, as mulheres do campo são as mais prejudicadas, sofrendo com a falta de acesso à terra, a precarização do trabalho e a invisibilização de seu papel na produção agrícola e na preservação dos modos de vida camponeses.

Representante da Campanha Nacional Contra os Agrotóxicos e em Defesa da Vida, Jaqueline Pivato, ressaltou a relação entre agronegócio, fome e uso indiscriminado de agrotóxicos, que impactam diretamente a saúde da população rural, em especial as mulheres camponesas.

“Os agrotóxicos passam a ser naturalizados, e a sociedade civil começa a entender a gravidade dessa crise”, alertou. Ela enfatizou que o incentivo governamental a esses produtos favorece grandes corporações enquanto os custos para o SUS com intoxicações e doenças relacionadas superam as receitas do setor. “O agronegócio utiliza os agrotóxicos como arma química para expulsão e extermínio de comunidades em territórios em disputa.”

Jaqueline Pivato, da Campanha Contra os Agrotóxicos. Foto: Caína Castanha/BdF DF

O debate reforçou que a luta contra o agronegócio também é uma luta feminista, pois envolve a resistência contra um sistema que explora tanto os recursos naturais quanto os corpos e a saúde das mulheres. “Precisamos conectar a luta contra os agrotóxicos com a luta contra a fome e pela segurança alimentar”, pontuou Pivato.

Patriarcado é estrutural

A mesa “Mulheres de Luta enfrentando o Patriarcado, Machismo e as Violências” destacou a urgência de combater a desigualdade de gênero em todas as esferas da sociedade, contando com a participação de representantes do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e Aliança Batista. As debatedoras enfatizaram como o patriarcado opera em diversas estruturas, afetando especialmente as mulheres pobres e periféricas.

“O patriarcado não tem endereço, ele é uma estrutura da sociedade, a lei do mais forte que arrasa com a vida das mulheres”, afirmou Isabel Freitas, representante do Cfemea, ressaltando a necessidade de resistência e enfrentamento.

Oficinas foram realizadas no período da tarde, uma delas tratou sobre comunicação popular. Foto: Flávia Quirino/BdF DF

O debate reforçou que a superação do machismo exige mudanças na educação, na cultura e nas políticas públicas. Segundo Isabel Freitas, o governo anterior fortaleceu a violência e o racismo, e agora é essencial que a sociedade afirme a igualdade das mulheres e lute por uma vida sem violência. “Precisamos que o conjunto da sociedade diga que as mulheres são iguais, que as mulheres são valorizadas”, concluiu.

No período da tarde, as mulheres participaram de oficinas sobre comunicação popular, quintais produtivos, saúde da mulher, autocuidado, direitos das mulheres do campo, produção de xaropes, entre outras atividades. A programação continua nesta quinta-feira (13), com café agroecológico, ato político e plantio de árvores.

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Editado por: Flavia Quirino
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