Em meio às negociações da nova fase do cessar-fogo, um ataque de Israel matou ao menos nove pessoas na manhã deste sábado (15), na Faixa de Gaza. Entre as vítimas, estão três jornalistas.
Segundo a Defesa Civil de Gaza, também morreram trabalhadores de uma organização de caridade que faziam uma viagem de carro pela região de Beit Lahia, no Norte do território palestino, quando sofreram um ataque de drone.
“Nove mártires foram levados aos hospitais, incluindo vários jornalistas e trabalhadores da organização de caridade Al Khair, depois que a ocupação atacou um veículo com um drone na cidade de Beit Lahia, onde também houve ataques de artilharia”, afirmou o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmud Basal.
Em 19 de janeiro deste ano, um cessar-fogo foi acordado entre Israel e o Hamas. A primeira fase se encerrou no dia 1º de março e ainda não foi estabelecido um consenso para o avanço da próxima etapa.
Em um comunicado oficial, o Hamas afirma que Israel “cometeu um horrível massacre no Norte da Faixa de Gaza, ao atacar um grupo de jornalistas e de trabalhadores humanitários, no que constitui uma violação flagrante do acordo de cessar-fogo”.
Durante a primeira fase do acordo, o Hamas libertou 25 prisioneiros e entregou os corpos de outros oito, em troca da soltura de centenas de palestinos aprisionados por Israel. Ainda assim, a incerteza sobre a continuidade da trégua persiste, com o governo de Benjamin Netanyahu reforçando sua determinação de manter tropas em Gaza, mesmo após um eventual cessar-fogo definitivo.
Nesta semana, foi divulgado o resultado de uma investigação da Organização das Nações Unidas (ONU) que concluiu que Israel cometeu “atos genocidas” na Faixa de Gaza. A Comissão de Investigação da ONU afirma que o país “atacou e destruiu de maneira intencional” o principal centro de fertilidade do território palestino. Além disso, bloqueou a entrada de medicação necessária para a gravidez, parto e cuidados neonatais.
A comissão acusa as autoridades israelenses pela “destruição parcial da capacidade reprodutiva dos palestinos em Gaza como grupo, através da destruição sistemática do sistema de saúde sexual e reprodutiva”.
*Com informações da AFP.