Horas após o embaixador sul-africano Ebrahim Rasool se tornar persona non grata nos Estado Unidos e, consequentemente, ser expulso do país, o governo da África do Sul reagiu por meio de nota. “A presidência tomou nota da lamentável expulsão do embaixador da África do Sul nos Estados Unidos, o senhor Ebrahim Rasool”, afirma o texto, divulgado neste sábado (15).
A expulsão do embaixador foi comunicada nesta sexta-feira (14) pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que chegou a acusar que Rasool de “odiar” os Estados Unidos e o presidente Donald Trump.
Este é mais um capítulo das ofensivas estadunidenses contra o país africano. No início de fevereiro, Trump anunciou corte de assistência financeira à África do Sul, afirmando ser uma reação ao anúncio de uma política de desapropriação de terras aprovada pelo presidente Cyril Ramaphosa em janeiro deste ano.
Trump também citou a ação movida pela África do Sul no Corte Internacional de Justiça (CIJ) contra Israel por conta do massacre promovido pelo país na Faixa de Gaza.
A denúncia sul-africana aconteceu em dezembro do ano passado, argumentando que a guerra na Palestina viola a Convenção das Nações Unidas para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio de 1948, acusação que Israel nega.
Na última semana, a África do Sul reforçou a denúncia. O Ministério de Relações Exteriores da África do Sul acusou Israel de utilizar “a fome como arma de guerra” em Gaza, em um comunicado emitido sobre o bloqueio à ajuda humanitária imposto pelo exército israelense no início de março.
“Impedir a entrada de alimentos em Gaza é a continuação do uso da fome como arma de guerra por Israel”, afirmou a chancelaria sul-africana.
Recentemente, o presidente Ramaphosa esteve em um encontro com membros da União Europeia quando foram anunciados acordos entre as nações envolvidas.
Membra do Brics, a África do Sul assume, desde dezembro passado e até novembro de 2025, a presidência rotativa do G20, o grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana.