Dois réus envolvidos no assassinato do congolês Moïse Kabagambe, em janeiro de 2022, no Rio de Janeiro (RJ), foram condenados em júri popular, encerrado na noite desta sexta-feira (14).
Fábio Pirineus da Silva e Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca foram sentenciados por homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, meio cruel e sem chance de defesa da vítima.
Condenados a 23 anos e 19 anos de cadeia, respectivamente, ambos devem cumprir a pena em regime fechado.
Foram mais de três anos de espera para o início do julgamento, que durou dois dias e trouxe novas imagens do crime.
Em 24 de janeiro de 2022, Moïse Kabagambe foi cobrar diárias atrasadas de trabalho no quiosque Tropicália. O valor totaliza R$ 200.
Imagens e depoimentos de testemunhas mostraram que a vítima foi agredida por cerca de 15 minutos com um taco de beisebol e com pedaços de madeira, além de ter as mãos e pernas amarradas para trás com uma corda, o que o impediu de se defender.
Um dos envolvidos no crime ainda não foi julgado. Brendon Alexander Luz da Silva teve seu nome desmembrado do processo originário após a defesa do réu recorrer da sentença de pronúncia.
A defesa dos dois condenados afirmou que vai recorrer do processo.
“Meu coração está tremendo, mas tremendo de feliz. Estou muito feliz com o dia de hoje, a justiça de hoje”, afirmou Lotsove Lolo Lavy Ivone, a mãe de Moïse, após a leitura da decisão, ao portal g1.
Ao longo dos três anos entre o crime e a sentença, a família da vítima seguiu mobilizada cobrando por justiça e realizando atos quando o assassinato completava mais um ano.
Foi assim em 2023, em uma mobilização que contou com a participação do governo federal. Na época, foi anunciado o Programa de Atenção e Aceleração de Políticas de Refúgio para Pessoas Afrodescendentes e a Implantação do Observatório Moïse Kabagambe – que vai atuar para prevenir a violência contra refugiados no Brasil.