Um vazamento de petróleo no Equador contaminou o rio Esmeraldas, na província de mesmo nome, no noroeste do país. O desastre ambiental levou o governo a decretar emergência ambiental na sexta-feira (14), diante do que autoridades locais classificaram como “danos sem precedentes”.
O derramamento ocorreu devido a um deslizamento de terra que comprometeu a estrutura de um oleoduto do Sistema de Oleoduto Transequatoriano (SOTE), operado pela estatal Petroecuador. A empresa afirmou ter ativado um plano de contingência para conter o vazamento, mas ainda não divulgou a quantidade de petróleo derramado.
O prefeito da cidade de Esmeraldas, Vilko Villacís, alertou para os impactos da contaminação, especialmente na captação de água. O bombeamento do rio foi suspenso e a população foi orientada a economizar água, enquanto autoridades locais buscam alternativas para garantir o fornecimento à cidade de mais de 200 mil habitantes.
Dependência do petróleo e riscos ambientais
O Equador produz cerca de 475 mil barris de petróleo por dia, sendo 72% destinados à exportação. O SOTE, maior oleoduto do país, tem capacidade para transportar 360 mil barris diários ao longo de 497 quilômetros, atravessando as regiões da Amazônia, Serra e Costa do Pacífico.
Embora o governo tenha acionado protocolos de emergência, desastres como esse evidenciam os riscos da dependência econômica do país em relação à extração de petróleo. Nos últimos anos, comunidades indígenas e ambientalistas têm denunciado o impacto da exploração petrolífera sobre os ecossistemas amazônicos e o risco de contaminação de rios e aquíferos.
A extensão dos danos ambientais ainda está sendo avaliada. Enquanto isso, moradores de Esmeraldas aguardam respostas concretas sobre como o governo pretende lidar com a crise de abastecimento e a recuperação do ecossistema afetado.