Na manhã desta terça-feira (18), lideranças sindicais de diversas categorias participam de uma manifestação no centro do Recife (PE) pedindo a redução da taxa de juros, atualmente em 13,25%. A taxa é definida pelo Banco Central, que sedia a partir de hoje, em São Paulo (SP), a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). É possível que o Copom e o BC decidam elevar ainda mais os juros no país. A taxa atual já é uma das mais altas do planeta.
Com o mote “mais emprego e menos juros”, o protesto no Recife é convocado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e acontece também noutras cidades brasileiras. Na capital pernambucana, o ato acontece em frente ao edifício sede dos Correios, no encontro da avenida Guararapes com a rua do Sol, bairro de Santo Antônio, num dos cruzamentos mais movimentados da cidade.
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Centrais sindicais convocam mobilização nacional contra juros altos nesta terça (18)
O dirigente sindical Paulo Ubiratan, diretor da CUT, afirma que o protesto é “para convocar a sociedade, chamar atenção e fazer o debate” sobre a necessidade de reduzir os juros “para gerar mais emprego”. “Estamos na luta para garantir mais emprego e juros mais baixos para que o país possa viver com mais dignidade”, resumiu. Além da CUT, também participam da convocatória as centrais sindicais CTB, CSB, Força Sindical, UGT e NCST.
A taxa de juros no Brasil também é conhecida como taxa Selic (sigla para Sistema Especial de Liquidação de Custódia) e é discutida a cada 45 dias na reunião do Copom, vinculado ao Banco Central. É comum que elevem a taxa Selic como forma de frear a aceleração econômica e, assim, conter também a subida de preços (inflação).
A meta de inflação para 2025 é de 3%, com tolerância de que chegue no máximo a 4,5%. Nos últimos 12 meses a inflação média no Brasil está em 5,06% e os bancos acreditam que em dezembro deste ano estará em 5,66%. As instituições bancárias também estimam que a taxa de juros fechará 2025 em 15%.
Ao longo dos dois primeiros anos de governo Lula, tanto o presidente da República como seus apoiadores direcionaram críticas aos juros altos culpando o então presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, colocado no posto por Jair Bolsonaro. Ao fim do mandato de Campos Neto, assumiu o posto Gabriel Galípolo, indicado por Lula. Mas em sua primeira reunião do Copom, no início de fevereiro, foi decidido elevar a taxa de juros de 12,25% para 13,25%.
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