Um ato em defesa da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) será realizado nesta quarta-feira (19), às 14h, em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), centro da capital fluminense. A mobilização é chamada por movimentos populares, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), sindicatos e entidades que defendem o acesso à água como direito para toda a população.
Ao Brasil de Fato, Roberto Carlos Oliveira, da coordenação do MAB, explica que a manifestação faz parte da programação de luta que marca a semana do Dia Mundial da Água na cidade. “No Rio, teremos uma jornada de lutas em defesa da água, que começa pelo ato em frente à Alerj, para pressionar o parlamento que se coloque contra a abertura de capital da Cedae, ou seja, que entregue ao capital privado o que restou do processo de privatização. Estaremos lá também para denunciar o descaso das empresas privadas com a população”, diz.
Entre as pautas, a manifestação também fará pressão pela instalação da Frente Parlamentar em Defesa da Cedae Pública. “Estaremos lá para fazer essa pressão, pois vários deputados já assinaram a favor. Essa Frente Parlamentar já foi protocolada e agora, a última etapa que a gente está cobrando do presidente da Alerj [Rodrigo Bacellar (PL)], é a sua instalação”, declara o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento e Meio Ambiente (Sintsama-RJ), Vítor Duque, à reportagem.
Além do ato de quarta-feira, movimentos convocam uma manifestação para a quinta-feira (20), às 16h, em frente à concessionária Águas do Rio, no bairro Saúde. A empresa é a principal responsável pelo abastecimento na cidade e tem sido alvo de críticas por suas tarifas altas e a falta de água que tem afetado a população constantemente.
“Já no dia 20, o ato em frente à empresa Águas do Rio tem o objetivo nítido de denúncia a esses grupos que exploram a população nas contas de água, que oferecem péssimos serviços, que deixam as pessoas sem água durante dias e que está sucateando toda a rede de distribuição de água e esgoto construída historicamente pelo Estado”, comenta Oliveira, do MAB. Ele também destaca que somente em 2024, quase 20 rompimentos de adutoras foram registrados na capital e cidades da Baixada Fluminense, inclusive, com prejuízos materiais à população e vítima fatal. “A Águas do Rio hoje representa o fracasso da privatização”, critica.
A semana de mobilização segue na sexta-feira (21) com a entrega de um documento elaborado pelos movimentos populares contra a privatização da água. O Dia Mundial da Água é celebrado internacionalmente no sábado, dia 22 de março.
Relembre
Após intensa queda de braço entre deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e o governo Claudio Castro (PL), apoiado pelo governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL), o leilão de privatização da Companhia de Águas e Esgotos do Estado (Cedae) foi executado em 2021. No total, três fatias vendidas da companhia somaram R$ 22,6 bilhões. Uma das fatias não recebeu oferta e fechou o leilão sem ser vendida.
A sessão aconteceu na B3, em São Paulo, como a maior concessão do segmento já realizada no país. A estatal fluminense foi fatiada em quatro blocos compostos, ao todo, por 35 municípios do Rio de Janeiro. A empresa vai manter a produção de água e os demais serviços serão oferecidos pela iniciativa privada por um prazo de 35 anos.
Serviço
Semana do Dia Mundial da Água
Ato contra a abertura de capital da CEDAE
Data: Quarta-feira, 19/03
Horário: 14h
Local: Em frente à ALERJ (Rua da Ajuda, 5 – Centro)
Ato contra a falta de água
Data: Quinta-feira, 20/03
Horário: 16h
Local: Em frente à Águas do Rio (Avenida Rodrigues Alves, 4 – Galpão 4 – Saúde)