Aposentados retornarão às ruas de Buenos Aires nesta quarta-feira (19) para protestar contra os cortes do presidente de extrema direita Javier Milei ao direito de aposentadoria na Argentina e as violentas repressões policiais em marchas anteriores.
A mobilização será em frente ao Congresso argentino a partir das 17h e exigirá um ajuste digno no valor da aposentadoria no país, a restituição da cobertura de medicamentos e a contra as moratórias de aposentadoria, que impediriam milhares de pessoas de se aposentar.
Os manifestantes também se colocarão contra o Decreto Nacional de Urgência (DNU) emitido por Milei que aprovaria novas operações de crédito da Argentina junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI), conhecido pela falta de transparência em negociações.
Além dos aposentados, também estarão presentes organizações trabalhistas e sociais, torcidas organizadas de futebol e estudantes universitários, que também prestarão solidariedade pública ao fotojornalista Pablo Grillo, que continua internado em estado grave após sofrer ataques policiais durante os protestos da semana passada.
O deputado do Unión por la Pátria Juan Marino apresentou nesta quarta um pedido judicial para que os policiais das Forças de Segurança presentes no ato estejam proibidos de usar armas de gás lacrimogêneo. Este é o tipo de arma que atingiu o fotojornalista.
Além dos ataques violentos, policiais também prenderam 114 pessoas sem quaisquer provas durante os protestos. Elas foram liberadas posteriormente por ordem judicial.
Repressão violenta
No dia 12 de março, a força policial da ministra de Segurança argentina Patricia Bullrich combateu violentamente os presentes na marcha em favor dos aposentados, que contou, pela primeira vez, com a participação de diversas torcidas organizadas de times de futebol.
Torcedores do River Plate, Boca Juniors, Chacarita, Tigre, Independiente, Racing, San Lorenzo, Vélez, Deportivo Merlo y Ferro, entre organizadas de outros times, estiveram na manifestação, além da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Associação de Trabalhadores do Estado, entre outras organizações sociais.
As organizadas que compareceram à marcha resgataram a frase de Diego Maradona, ídolo argentino do futebol mundial: “Tenemos que ser muy cagones para no defender a los jubilados” (Temos que ser muito covardes para não defender os aposentados, em espanhol). Maradona também apoiou abertamente a luta pelos direitos a aposentadoria digna no país nos anos 1990.
Horas antes da marcha, o órgão soltou um comunicado oficial ameaçando os torcedores, ao dizer que restringirá “a participação em eventos de futebol a qualquer pessoa que seja considerada um risco à segurança pública”.
*Com Telesur e Pagina12