Seis anos após o crime da Vale em Brumadinho, que matou 272 pessoas e deixou um rastro de 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério ao longo da bacia do rio Paraopeba, a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (Avabrum), em parceria com o cartunista Carlos Latuff, lançou uma campanha de sensibilização por justiça e reparação.
Desde o rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão em 2019, nenhum responsável foi punido judicialmente. Além disso, a Vale já lucrou cerca de R$ 347 bilhões, mesmo considerando a perda de R$9,6 bilhões registrada no ano da tragédia-crime.
Por isso, a Avabrum inaugurou dois paineis de LED em Belo Horizonte com a imagem criada por Latuff, que representa o sentimento de indignação popular devido à impunidade. Segundo o chargista, a arte tem o objetivo de “lembrar, para nunca mais se repetir”.
A imagem está reproduzida em dois locais da cidade, sendo um deles na rodovia MG-010 (Linha Verde), no trevo da entrada de Vespasiano, e o outro na avenida Cristiano Machado, em frente à faculdade Faminas.
Desde o início do ano, a Avabrum tem conduzido uma série de mobilizações pela punição dos responsáveis pelo crime e para homenagear as vítimas da tragédia. No dia 25 de janeiro, data que marcou os seis anos do rompimento, foi inaugurado o Memorial Brumadinho, um espaço no Córrego do Feijão, por exemplo.
“O foco este ano, mais do que nunca, é pressionar o judiciário brasileiro para que os julgamentos dos responsáveis pelo rompimento da barragem aconteçam o mais rápido possível. Não podemos permitir que esse processo continue a andar a passos de tartaruga”, afirma Nayara Porto, presidente da associação.