O ofensiva miliar israelense que rompeu o cessar-fogo na Faixa de Gaza já resultou na morte de 200 crianças palestinas, segundo números do Ministério da Saúde na Faixa de Gaza desde a retomada dos ataques na madrugada de terça-feira (18).
Após uma trégua de quase dois meses, os bombardeios isralenses na Faixa de Gaza resultaram na morte de pelo menos 436 palestinos, incluindo 183 crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. As mortes incluem 125 homens, 94 mulheres e 34 pessoas idosas.
Enrte a madrugada e manhã de terça-feira (18), o número de crianças palestinas mortas nos ataques israelenses foi de pelo menos 174 crianças, “marcando um dos maiores números de mortes em um dia desde o início do genocídio”, de acordo com a ONG Defense for Children Palestine.
Mais de 18 mil crianças palestinas foram mortas em ataques israelenses na Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023, de acordo com o Ministério da Saúde da Palestina. “É provável que o número real de mortes seja muito maior, e as crianças continuam a sofrer de doenças graves transmissíveis e evitáveis, como hipotermia, desnutrição, desidratação e sarna”, destaca a ONG.
Netanyahu enfrenta crise em Israel
Milhares de israeleses protestam nas ruas de Jerusalém nesta quarta-feira (19) contra as políticas do governo do primeiro-ministro Netanyahu e a decisão do primeiro-ministro de demitir o chefe do serviço secreto israelense Shin Bet, Ronen Bar, em meio à retomada dos ataques a Gaza. Pelo menos quatro manifestantes foram presos até o momento, segundo o jornal israelense Haaretz.
O primeiro-ministro israelense busca manter sua coalizão de governo com as eleições parlamentares marcadas para este mês. Se o Knesset, o parlamento israelense, não aprovar o orçamento atrasado para 2025 até 31 de março, o governo será automaticamente dissolvido e terá que convocar eleições antecipadas.
A resistência de Netanyahu em insaurar uma comissão estatal de inquérito sobre as falhas em 7 de outubro alimentou as críticas internas que dizem que ele está administrando a guerra para sua manutenção no poder.
O ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich, se opôs ao acordo de cessar-fogo desde o início e ameaçou repetidamente se demitir caso os combates não fossem retomados. Itamar Ben-Gvir, o líder do partido de extrema direita que deixou o cargo em janeiro por se opor ao acordo de cessar-fogo anunciou seu retorno ao gabinete de governo horas após a retomada dos ataques.
De acordo com o jornal israelense Haaretz, o exército anunciou na terça-feira a demissão de um navegador de combate da reserva que disse que não se apresentaria ao serviço em protesto contra a conduta do governo.
Em uma reunião com jornalistas na terça-feira (18), o major-general aposentado Amos Yadlin, ex-chefe da diretoria de inteligência militar de Israel, criticou abertamente Netanyahu por retomar os ataques enquanto os reféns israelenses ainda estão em Gaza.
“Um líder israelense responsável, que não tem nenhuma consideração política interna, traria todos os reféns de volta em um único grupo, logo de cara, [em troca] do fim da guerra, e então cuidaria do segundo objetivo da guerra, desmantelar o Hamas”, declarou.
*Com Al Jazeera, The Guardian e Haaretz