O Dia Mundial da Água, celebrado neste sábado (22), é uma oportunidade para refletirmos sobre a importância desse recurso vital para o ser humano e o planeta. É um momento para comemorar esse elemento essencial para a saúde, o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Também é uma chance de aumentar a conscientização sobre os desafios relacionados à escassez, a poluição e a gestão inadequada dos recursos hídricos.
Sem água não há vida! Mas será que estamos cuidando de nossa água como devíamos? A resposta é não! Desde 2017, os governos brasileiros tentavam privatizar os serviços de água e saneamento. Em 2020, o governo federal, na gestão de Jair Bolsonaro (2019-2022), aprovou a lei da privatização, e com isso, a água deixou de ter um viés social, de atender a vida das pessoas para se transformar em mercadoria onde a empresa que “vence uma concorrência” tem o poder de decidir quem terá água pra beber ou não.

Muito se falou na época que o esgotamento sanitário seria a prioridade, e que com os investimentos privados teríamos melhor qualidade no tratamento dos esgotos. Mas esse foi mais um golpe contra o povo, com o aval de deputados e senadores.
Sabemos que a iniciativa privada não tira um centavo do bolso para investimento, e sim vai buscar dinheiro público com juros subsidiados para ‘realizar’ as obras necessárias. Mas se é dinheiro público, por que não fortalecer as empresas públicas de saneamento para que também executem os serviços que faziam e ainda fazem com excelência? Certamente essa pergunta os que aprovaram e sancionaram a lei não querem responder.
E nós como ficamos nesse cenário? A lamentar claro, o aumento do preço da água nas nossas torneiras, a precariedade da prestação dos serviços, a possível falta de qualidade desse produto essencial para a vida e com a certeza de que não teremos tratamento de esgotos na qualidade que necessita o meio ambiente.
Brindemos a água, brindemos a vida! Água é direito e não mercadoria!
*Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiágua-RS) e diretor de Meio Ambiente da Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT-RS).
**Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.
