Buscar ressignificar a nossa relação com trabalho e com dinheiro é um dos pilares para a transformação positiva em nossa sociedade e no planeta. O capitalismo, o lucro e a exploração da mão de obra trabalhadora e do planeta Terra nos trouxe a uma realidade sem futuro. É urgente que possamos recriar as relações econômicas de forma que o dinheiro gere bem estar, sustento a boas práticas na Terra e alimente a vida como um todo.

É com esse olhar que transcorreu o segundo encontro da formação para mulheres Agroflorestas Medicinais: Regenerando a Terra e o Ser, dia 15 de março, na região de Morungava (RS). Através da partilha de conhecimentos disponibilizados pela educadora popular Gil Neves, as mulheres participantes dessa formação puderam conhecer ferramentas alternativas ao capitalismo, que possam gerar sustento às suas vidas, boas práticas na Terra e respeito ao trabalhador.

A economia solidária é ancorada em conceitos de solidariedade, cooperação, respeito à natureza, comércio justo, entre outros. Através dessas ferramentas, podemos costurar realidades alternativas ao capitalismo selvagem que rege o mundo moderno, e tecer vidas esperançosas de um futuro próspero.

Ela prima por uma mudança do sistema econômico que valoriza a vida, e não o lucro e a exploração. E, em meio a crises econômicas e sociais, inquietações filosóficas e chamados internos profundos, mulheres e homens do mundo todo estão bravamente buscando criar em coletivos essas novas formas de sustentar a vida humana moderna. Como toda a ação que visa romper com o sistema estabelecido, encontramos dificuldades e entraves. Porém, ao nos ampararmos e cuidarmos uns dos outros nesse processo, nos fortalecemos e seguimos criando realidades alternativas.

O projeto Regenerando a Terra e o Ser tem ainda mais cinco meses de duração, com encontros sobre ervas medicinais e agroflorestas. Essa formação gratuita para mulheres é promovido pela ONG Pachamama com apoio do Fundo Casa Socioambiental e tem como objetivo tecer redes e fortalecer mulheres que desejam criar um novo mundo em comunhão com a Terra e os processos naturais.
* Jornalista, coordenadora do projeto Regenerando a Terra e o Ser e moradora da comunidade Cambyçara, em Morungava (RS)
** Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.
