O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Nunes Marques, fez um pedido de vista, nesta segunda-feira (24), e suspendeu o julgamento da cassação do mandato e da prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Ao pedir vista do caso, o magistrado solicita mais tempo para analisá-lo, com a obrigação de devolvê-lo ao plenário em até 90 dias.
A bolsonarista virou ré, em agosto de 2023, por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal após perseguir o jornalista Luan Araújo na região da avenida Paulista, em São Paulo. O caso ocorreu um dia antes do segundo turno da eleição presidencial de 2022 e enquanto era realizado um ato de encerramento da campanha do então candidato e atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas proximidades.
Até o momento, já votaram o relator Gilmar Mendes e os ministros Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, todos favoráveis à denúncia da Procuradoria-Geral da República. Logo após o pedido, o ministro Cristiano Zanin adiantou o seu voto e se somou aos magistrados que já votaram. Assim, o placar está 5 a 0, e Zambelli está a apenas votos de ser condenada a 5 anos e 3 meses de prisão pelos crimes apontados e ter seu mandato na Câmara dos Deputados cassado.
Quando o STF votou a favor da abertura do inquérito contra a deputada, apenas André Mendonça e Nunes Marques, indicados ao tribunal pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), votaram contra.
A deputada nega ter cometido os crimes. Sua defesa argumentou, no processo, que o uso da arma naquela situação não se qualifica como porte ilegal e que ela teve uma reação legítima às provocações do jornalista. “Tenho total confiança na Justiça e acredito que, com o esclarecimento completo dos fatos, minha inocência será comprovada”, afirmou Zambelli também em nota publicada na sexta-feira (21).