A coletiva artística Filhas da Fruta, formada pelas palhaças Camila Jorge e Má Ribeiro, apresenta o espetáculo cênico-musical RádiO AtalalaiA em hortas comunitárias de Curitiba, entre 27 e 30 de março de 2025. Elas fazem duas apresentações gratuitas na Horta do Jacu no bairro Bom Retiro e duas na Horta Dembinski, no CIC, por meio do projeto “De Horta em Horta – filhas da fruta seguem cultivo”. Durante o espetáculo, as palhaças conduzem uma rádio ao vivo, brincando com quadros como: mensagem do dia, horóscopo, previsão do tempo, entre outros, utilizando improviso, música, brincadeiras e jogos para se relacionar com o público e o espaço.
O espetáculo RádiO AtalalaiA surgiu em 2016 na Feira de Orgânicos do Passeio Público, onde as Filhas da Fruta atuaram de maneira independente e continuada até 2020. Entre 2021 e 2022, durante o distanciamento social imposto pela pandemia de covid-19, as artistas adaptaram o espetáculo para o formato virtual, criando vídeos e videochamadas para as comunidades das hortas urbanas Paraná 3 e Paraná 4, no Tatuquara.
Agora, em 2025, o projeto retorna, com uma nova temporada presencial nas hortas da cidade, propondo uma relação com a comunidade, instigando o inusitado e proporcionando uma vivência artística conjunta. “Este é um espetáculo que não foi ensaiado ou planejado em uma sala para depois ir para o espaço público. Nasceu no meio da feira, atravessado pelas pessoas, em relação com elas. Apresentar nas hortas urbanas é uma maneira de seguirmos ampliando as frequências, descentralizando a arte e compondo com laços comunitários”, explica Camila Jorge.
O projeto também inclui uma pesquisa de dramaturgia inclusiva, iniciada em 2024 pela coletiva, com acessibilidade para pessoas cegas e com baixa visão, proposta que segue amadurecendo em parceria com a Casa Consultoria. Uma apresentação foi realizada no dia 20 de março no Instituto Paranaense de Cegos (IPC), e uma ação de mediação inclusiva ocorrerá na Horta do Jacu, no dia 26 de março, complementando as atividades.
De acordo com Má Ribeiro, realizar uma das apresentações em parceria com o IPC é retomar o vínculo de atuação já criado entre a coletiva artística e o instituto. “Cada vez mais a gente tem que construir trabalhos em conjunto. Somos pessoas múltiplas, cada uma com sua corpa e vivência e isso precisa ser considerado. É urgente. Nossa sociedade capacitista deixou muito isso de lado. Além de ir no IPC, a gente fez o convite pras pessoas irem à horta, adentrando pensamentos sobre cidade e acessibilidade. A gente quer manter esse vínculo para principalmente aprender, mudar e falar sobre acessibilidade e colocar em prática ações anticapacitistas”, reforça a artista.

O “De Horta em Horta” traz ainda uma proposta de difusão cultural com registro e memória em um vídeo arte, que será produzido ao longo da temporada nas hortas urbanas e no IPC. A artista visual Lidia Ueta vai documentar a experiência dos encontros e a criação artística com as comunidades, além da troca das palhaças com o público. O material poderá ser assistido no canal do YouTube e no Instagram das Filhas da Fruta.
Serviço:
Dia: 20/03 às 14h – IPC – Instituto Paranaense dos Cegos (apresentação fechada)
Dia: 27 e 30/03 às 10h – Horta do Jacu (Rua Angelo Zeni, em frente ao número 56 – Bom Retiro)
Dias : 28 e 29/03 às 10h – Horta Dembinski (Rua Rio do Sul, 2290 – CIC)
Ingresso: Gratuito
Classificação: Livre | Duração: 60 minutos
Redes: @filhasdafruta_instagrandu / www.filhasdafruta.com.br