Entre os dias 28 e 30 de março, mulheres de coletivos e movimentos populares de toda a Bahia se encontram em Salvador para o 14º Acampamento Estadual de Mulheres do Campo e da Cidade. Com o lema “Mulheres em luta, em defesa dos nossos corpos e territórios, contra o agronegócio e pelo bem viver”, o encontro pretende reunir cerca de 600 pessoas na Escola Parque Salvador, no bairro Caixa D’água. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas de forma virtual.
Construída por mais de 20 movimentos e coletivos, a atividade busca fortalecer a luta em defesa da reforma agrária popular, moradia digna, trabalho e renda, acesso aos bens comuns da natureza e bem viver, bem como denuncia a violência no campo e na cidade e contra as mulheres. A programação conta com oficinas práticas e mesas de debates sobre temas como saúde mental, impactos das mudanças climáticas nas comunidades tradicionais, agroecologia e a Marcha Nacional das Mulheres Negras.
As atividades têm início nessa sexta-feira (28) às 10h30, com debate de análise de conjuntura que contará com a participação de Lucinha do MST, secretária nacional de movimentos populares do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada estadual suplente (PT-BA); e Lucineia Durães, chefe de gabinete do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) e membro da executiva estadual do PT.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas no link. A organização aponta que as inscritas terão direito a café da manhã, almoço e jantar, mas orienta que levem seus kits militantes (copo, prato e talheres).

Histórico
O Acampamento das Mulheres do Campo e da Cidade tem origem nos anos 2000, quando lutadoras populares organizadas no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Articulação Nacional de Mulheres e movimentos feministas do campo e da cidade realizaram o Acampamento Nacional de Mulheres em Brasília (DF) lutando por igualdade de direitos.
Impulsionadas por essa iniciativa, mulheres baianas decidiram seguir a mobilização após o encontro e, a partir dos esforços de movimentos populares, universidades públicas, partidos de esquerda, movimento estudantil e grupos de comunidades das periferias de Salvador, realizaram o primeiro Acampamento das Mulheres do Campo e da Cidade na capital baiana. Desde então, a atividade se tornou um marco do Março de Luta das Mulheres, se consolidando como um espaço de ampla unidade e mobilização para fortalecer a luta feminista, antirracista, anticapitalista e popular.