Depois de afirmar, há uma semana, que não podia dar detalhes sobre o valor do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, anunciou que será de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 115 bilhões).
Mas, nesta quinta-feira (27), a porta-voz do FMI, Julie Kozack, negou a declaração do ministro da Economia sobre o valor anunciado, afirmando que “o tamanho final do pacote” será determinado pelo conselho do FMI. “As discussões sobre o novo programa estão em um estágio avançado e incluem conversas sobre um pacote de financiamento substancial”, disse Kozack sem especificar em números qual seria o valor.
Caputo falou antes da abertura dos mercados e em meio à sangria das reservas do Banco Central para sustentar a taxa de câmbio. Ele também confirmou as negociações com o BID e o Banco Mundial para novos créditos disponíveis livremente que serão usados para reforçar as reservas.
A ex-presidente Cristina Kirchner advertiu que o governo de Javier Milei vai desperdiçar os bilhões de dólares que está negociando com o Fundo Monetário Internacional (FMI) até as eleições deste ano e descreveu o ministro da Economia, Luis Caputo, como o “denominador comum” da dívida argentina.
As expressões de Kirchner estão alinhadas com a denúncia pública feita pela oposição desde o início da negociação da dívida confirmada na manhã desta quinta: o empréstimo é político para dar apoio ao governo até as próximas eleições legislativas, como aconteceu com Mauricio Macri em sua tentativa fracassada de reeleição em 2019.
“Você pode me explicar como é que o Fundo Monetário deu a Macri 45 bilhões de dólares em 2018, dos quais os argentinos não viram nada, e agora vai lhe dar mais 20 bilhões de dólares, dos quais os argentinos também não vão ver nada?”, questionou a ex-presidente argentina.
*Com Página 12