Porto Alegre (RS) recebe nesta quinta-feira (27), às 19h, um raro Concerto Para Baixo Elétrico e Orquestra, em uma versão para grupo de Câmara. No Brasil, só existe registro de apenas três concertos para baixo elétrico. A apresentação do compositor Eduardo Francisco ocorre no Auditório Tasso Corrêa, no Instituto de Artes (IA) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), na rua Senhor dos Passos, n. 248, no Centro. No recital, Eduardo também apresenta o Ciclo Maciambu de peças para violão, com uma expansão do repertório. A entrada é franca.
O trabalho mistura música popular e de concerto. A apresentação conta com dez músicos no palco. Técnicas como slap two hands, pizzicato e harmônicos foram utilizadas na construção do espetáculo.
“A minha expectativa para esse concerto é de que ele seja um momento de quebra de paradigmas. Do encontro entre mundos diferentes através da música que é uma só. Uma ponte entre a música popular e a música de concerto”, avalia Eduardo.

Para o compositor, o baixo elétrico é um instrumento de múltiplas possibilidades. “Nesse concerto eu busquei explorar através das técnicas do Stuart Hamm, Billy Scheehan, Victor Wooten, Jaco Pastorius, Louis Johnson e Celso Pixinga um pouco das diversas facetas desse instrumento. Nesse concerto, o rock, o funk, o jazz e o heavy metal entram num diálogo direto com a diversidade tímbrica e possibilidades sonoras dos sons da orquestra, consolidando uma fusão entre dois ambientes sonoros tradicionalmente distintos”, explica.

Esse é o Projeto de Composição e de Memorial submetido como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Música por Eduardo. As peças foram compostas durante o período de março de 2023 até julho de 2024. Ele é bacharel em Composição Musical pela Ufrgs e, também, professor de baixo.
O orientador é o maestro Antônio Carlos Borges Cunha, compositor e professor do Departamento de Música da Ufrgs e um dos fundadores do programa de Mestrado e Doutorado em Composição Musical. Sua música está sendo apresentada em países das Américas e Europa e tem sido objeto de pesquisas acadêmicas. Recebeu prêmios por suas composições e pela atuação como regente de orquestra e como pesquisador. Atuou como diretor artístico e regente titular da Orquestra de Câmara Theatro São Pedro, de 2004 até 2017 e da Orquestra Sesi/Fundarte, de 1996 até 2013.
Claudio Ribeiro será o regente do concerto. “Vai ser um momento histórico no Brasil, pois é uma obra completamente diferente de tudo que está sendo apresentado. É muito bem concebida para a técnica do contrabaixo e a orquestra faz um papel importante também. Tenho certeza que esse evento vai correr o mundo”, destaca o regente.
Claudio é Bacharel em Música pela Ufrgs, Mestre em Regência pela University of Denver (Estados Unidos) e conclui doutorado em Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica do Peru.
