Professores e orientadores educacionais do Distrito Federal entraram em estado de greve. A decisão foi tomada em assembleia geral do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) na manhã desta quinta-feira (27). As principais reivindicações da mobilização são o reajuste salarial de 19,8% e a reestruturação da carreira.
“Esse percentual de 19,8% é para recuperação de perdas ao longo do governo Ibaneis e a reestruturação de carreira, rumo a meta 17, diz respeito à isonomia salarial com a média das carreiras de nível superior do DF”, explicou Luciana Custódio, diretora do Sinpro-DF.
A campanha salarial da categoria para este ano tem como lema: “reajuste de 19,8%, rumo à Meta 17 – pela reestruturação da carreira já”. A meta 17 é uma das 21 metas elencadas no Plano Distrital de Educação (PDE), sancionado em julho de 2015, e prevê a valorização dos profissionais da rede pública de educação ativos e aposentados, por meio da equiparação de seus salários à media da remuneração das demais carreiras de servidores públicos do DF com nível superior. O texto do PDE estabeleceu um prazo de quatro anos para que essa equiparação fosse efetivada, o que ainda não aconteceu.
“No ranqueamento das carreiras de nível superior do DF, a categoria do magistério se posiciona no penúltimo lugar. Estamos pavimentando o caminho para o fortalecimento da mesa de negociação. A gente exige do governo a retomada dessa mesa de negociação propositiva, com a apresentação de propostas. Então, hoje vamos deflarar aqui o estado de greve e intensificar a nossa mobilização”, afirmou Custódio.
A primeira assembleia do ano lotou o estacionamento da antiga Funarte, no Eixo Cultural Ibero-americano, de onde os manifestantes se dirigiram em marcha ao Palácio do Buriti, para um ato. Em resposta à mobilização, o Sindicato foi recebido por representantes da Secretaria de Educação (SEEDF) e da Secretaria de Economia, em uma reunião articulada pelos deputados distritais Gabriel Magno (PT-DF), presidente da Comissão de Educação da Câmara Legislativa do DF (CLDF), e Wellington Luiz (MDB), presidente da Câmara.
“A partir de agora, estabelece-se uma mesa de negociação com encontros periódicos e a participação das Secretarias de Educação e de Economia para, de fato, discutir a reestruturação da carreira”, afirmou Márcia Gilda, diretora do Sinpro-DF que participou da comissão de negociação. “Esse primeiro encontro foi muito positivo, resultado da nossa mobilização. Saímos de lá com o compromisso do governo de realmente colocar a Educação no orçamento”, completou.
Outras reivindicações
Durante a assembleia, os participantes levantaram outras reivindicações, para além do reajuste salarial. Vários aprovados no concurso público da Secretaria de Educação de 2022 participaram do ato pedindo por nomeação imediata.
“Desde o fim da nossa greve, temos insistido e colocado como questão central a convocação de todos e todas que foram aprovados no último concurso público. A convocação tem uma repercussão que é imediata, que é de reconhecer o trabalho desses companheiros e companheiros que já estão ocupando a sua vaga na condição de temporário. É preciso superar essa situação”, destacou Cleber Soares, diretor do Sinpro-DF, que participa da negociação com o Governo do DF (GDF).
Os professores também se manifestaram contra o ponto eletrônico nas unidades administrativas e nas regionais de ensino. Os equipamentos foram instalados no mês de março e estão em fase de teste até meados de junho. Segundo o Sindicato, a entidade não foi consultada pela Secretaria sobre o tema.
“O governo tem dito que não há nenhuma previsão de instalação do ponto eletrônico nas escolas e que processo de licitação que foi feito é para instalação somente nas regionais e na sede. E nós temos dito que ponto eletrônico em lugar nenhum, porque a educação não cabe no ponto eletrônico”, defendeu Soares.
Além do estado de greve, a assembleia também votou pela aprovação do calendário de lutas. A próxima assembleia será realizada no dia 23 de abril.
:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato DF no seu Whatsapp ::