A Federação Nacional Campesina do Paraguai, principal associação camponesa paraguaia, realizou uma marcha na última quinta-feira (27) para exigir a reforma agrária, prevista na Constituição, como resposta para alcançar a fome zero no país.
O protesto contou com a participação de camponeses, indígenas e agricultores, que criticaram as políticas assistencialistas do governo, e disseram que o Paraguai precisa de políticas públicas para o desenvolvimento produtivo autônomo, e que restaurem a dignidade da economia do país.
Segundo dados oficiais, quase todas as comunidades indígenas do Paraguai vivem em situação de pobreza ou extrema pobreza, além de passarem constantemente por discriminação e desapropriação dos seus territórios. Por isso, comunidades se uniram aos agricultores para reivindicar seu direito a uma vida digna, e denunciaram o descaso das entidades governamentais, que não fornece qualquer tipo de suporte e mantêm os despejos territoriais.
Além disso, jovens e adolescentes também se juntaram à marcha e demonstraram sua rejeição perante políticas governamentais do presidente Santiago Peña, que, segundo eles, está usurpando os sonhos e aspirações da juventude paraguaia. Organizações civis apoiaram a mobilização, criticando o Partido Colorado por ter historicamente agido em favor de uma minoria e em detrimento dos direitos das comunidades rurais, indígenas e urbanas.
Peña é acusado de violar direitos sociais e piorar a qualidade de vida das famílias paraguaias. Cidadãos do país marcharam nesta semana repleta de manifestações anti-governo, para reivindicar uma transformação estrutural nos sistemas governamentais, que garanta justiça social e crescimento inclusivo para todos os setores e populações do país.
*Com Telesur