A escritora, crítica cultural e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) Heloísa Teixeira morreu nesta sexta-feira (28), aos 85 anos. Ela estava internada na Casa de Saúde São Vicente, no Rio de Janeiro, e faleceu em decorrência de complicações causadas por uma pneumonia grave. A informação foi confirmada pela ABL.
Teixeira foi professora emérita da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e é reconhecida como uma das principais intelectuais feministas do Brasil, com participação importante na difusão do pensamento feminista nas universidades brasileiras. Ao longo de sua carreira acadêmica e intelectual, desenvolveu uma ampla e profunda pesquisa sobre as relações de gênero na cultura, com especial atenção para a intersecção entre feminismo, literatura e política.
Entre as obras mais importantes da escritora estão Cultura e Participação nos anos 60, Pós-Modernismo e Política e Explosão Feminista: Arte, Cultura, Política e Universidade. Neste último, ela reúne textos que destacam, com atenção aos recortes de raça e classe, novas gerações de ativistas e pesquisadoras, apontando para a urgência de transformações sociais.
Até 2023, utilizava o sobrenome Buarque de Hollanda, herdado do companheiro já falecido. Aos 83 anos, porém, escolheu assinar apenas com o sobrenome materno, adotando Heloísa Teixeira. Esse também foi o ano em que assumiu a cadeira nº 30 da Academia Brasileira de Letras, tornando-se uma das poucas mulheres feministas a ocupar uma posição de destaque na instituição tradicional.