O dia 31 de março marca os 61 anos do golpe militar, que instaurou no Brasil uma ditadura por 21 anos. Organizações e coletivos do Distrito Federal realizam ao longo do mês de abril diversas atividades que marcam a luta por memória, verdade e justiça.
Nesta segunda-feira (31), às 10h, o Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília (DCE/UnB) realiza uma cerimônia de entrega do diploma de Honestino Guimarães. O evento ocorre no Anfiteatro 09 do Instituto Central de Ciências (ICC), e uma placa será fixada na sede do DCE. Em julho do ano passado, a Reitoria da UnB já havia concedido o diploma e entregue aos familiares do estudante, que desapareceu em 1973 e nunca mais foi encontrado.
A atividade contará com a presença da reitora da UnB, Rozana Naves; da professora e autora da biografia Paixão de Honestino, Betty Almeida; do professor aposentado da Faculdade de Comunicação Pedro Jorge de Castro; do coordenador do curso de Geologia, Welitom Rodrigues Borges; e do sobrinho de Honestino, Matheus Guimarães.
“Após ser preso, torturado e morto por defender a UnB e a democracia, finalmente o diploma do Honestino será entregue aos estudantes”, diz trecho de uma publicação do DCE/UnB, em rede social.
Diplomação Honestino Guimarães
31/03, 10h, Anfiteatro 09, ICC, UnB
Samba da Democracia
Também nesta segunda-feira (31), o Armazém do Campo DF recebe o Samba da Democracia, a partir das 19h. O evento é gratuito.
Desde 2020, o Samba da Democracia ocupa ruas e palcos com música, memória e resistência. Nascido do encontro entre arte e luta política, o projeto se afirma como resposta às repressões de ontem e de hoje — da ditadura militar aos ataques autoritários contemporâneos. Os encontros do Samba da Democracia são marcados por um repertório combativo, repleto de sambas que nasceram da resistência popular.
A apresentação do Samba da Democracia em 31 de março já é uma tradição, o grupo se apresenta para “manter viva a memória das vítimas da ditadura e reafirmar o compromisso com a democracia, os direitos humanos e a justiça social”, diz trecho de apresentação do grupo.
Samba da Democracia
Segunda-feira, 31/03, 19h
Armazém do Campo – SCS, Edifício Denasa, QD 01, Bloco K
Evento Gratuito
Ato Público “Ainda estou aqui: Ditadura nunca mais”
Na terça-feira (1º), às 12h, o Setor Bancário Sul, localizado no Plano Piloto de Brasília, recebe o ato público “Ainda estou aqui: Ditadura nunca mais”. A manifestação ocorre em repúdio ao golpe de 1964 e à “ditadura, contra o esquecimento e em homenagem aos atingidos por violações de direitos humanos e à luta de resistência”, aponta a convocação na mobilização.
O local escolhido para a manifestação é o antigo prédio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De acordo com a organização do ato, no período da ditadura militar, opositores do regime eram levados para o espaço.
“Ali ocorreu tortura, violência, prisão ilegal, detenção ilegal e muitas pessoas foram torturadas durante a ditadura, sofreram violências, espancamentos. Dali eram levados para o pelotão de investigações criminais no Exército e a tortura prosseguia por vários dias. Então, é um ato importante para marcar um lugar de memória e a luta contra a ditadura ontem, hoje e sempre”, destaca o historiador e pesquisador da Comissão da Verdade da UnB, Paulo Parucker.
Ato Público “Ainda estou aqui: Ditadura nunca mais!”
Terça-feira, 1º de abril, às 12h
Local: Setor Bancário Sul – SBS, Quadra 01, Bloco J. (Antigo prédio do BNDES)
Semana do Nunca Mais
O Grupo de Pesquisa Justiça de Transição, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade de Brasília, realiza a “Semana do Nunca Mais”, entre os dias 31 de março e 4 de abril. O evento é aberto ao público e será realizado no auditório Esperança Garcia, na Faculdade de Direito da UnB.
A conferência de abertura ocorre nesta segunda-feira (31), às 19h, e terá como tema: “40 anos de reconstrução democrática: pendências, riscos e garantias de não repetição”, com a participação da ministra do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha. Haverá transmissão online no canal do grupo de pesquisa.
Na terça-feira (1º), das 9h às 11h, será debatido o tema: “Ditadura de 1964: transição incompleta e autoritarismo persistente”, com a participação de Carlos Fico, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e de Deborah Duprat, subprocuradora-geral da República aposentada. No mesmo dia, das 19h às 21h, ocorre o debate “Racismo e ditadura”, com Wallace Corbo, professor da Faculdade de Direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), e Ana Flávia Magalhães Pinto, professora da UnB.
A programação continua nos dias 2 e 3 e com mesas de debates em dois horários das 9h às 12h e das 19h às 21h, com debates sobre “Ameaças de ruptura institucional – como proteger a democracia e assegurar a não repetição?”, “Indígenas e ditadura”, “Por uma cultura de democracia: o papel das Instituições de Estado e da sociedade brasileira” e “Mulheres e ditadura”.
A programação completa e detalhada está disponível no site da Semana do Nunca Mais.
Semana do Nunca Mais
31/03 a 04/04
9h às 11h e de 19h às 21h
Local: Auditório Esperança Garcia – Faculdade de Direito da UnB
Programação completa disponível no site da Semana
Consequências de 21 anos
No sábado (5) será a vez de debater sobre as “Consequências de 21 anos de Ditadura no Brasil”, a atividade contará com a participação de João Vicente Goulart, Ana Rossi, Vandeir Gonçalves, Camila Bianchi e mediação de Rodrigo Rodrigues, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do DF. O evento será realizado no Sebo e Café Amado Jorge, no Cruzeiro Velho.
Amado Encontro
Sábado – 5/04, 17h
Sebo e Café Amado Jorge, Cruzeiro Velho (Q 02, Bl X, Casa 56)