Nesta segunda-feira (31), entregadores de todas as regiões do país iniciam um breque nacional de dois dias por melhor remuneração. Organizados por grupos de Whatsapp e com divulgação em páginas no Instagram como @brequenacionaldosapps, os trabalhadores afirmam estar mobilizados em 60 cidades. Tendo como foco principal o iFood, mas voltados também para outros apps de entrega, como Uber Flash e 99 Entrega, a greve demanda que a taxa mínima por corrida seja de R$ 10.
A mobilização conta com o apoio do movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que impulsiona a luta pelo fim da escala 6×1. Em São Paulo (SP), um vídeo de divulgação do breque foi gravado por Jr. Freitas, fundador da Aliança Nacional dos Entregadores de Aplicativos (Anea), com três membros do VAT em um terminal de ônibus.
Ainda na capital paulista, uma coletiva de imprensa está marcada para as 11h e em seguida, haverá uma motociata do estádio do Pacaembu até a sede do iFood, em Osasco (SP). Em Brasília (DF), a manifestação será no Dia da Mentira, em frente ao Ministério do Trabalho e Previdência.
Em Salvador (BA), pontos de coletas de pedido nos principais shoppings amanheceram nesta segunda-feira (31) com trabalhadores impedindo a saída de mercadorias. “Shopping Iguatemi, tudo brecado. Não tem coleta, está tudo tranquilo. Já temos entregadores de base garantindo que não haverá saída dos pedidos. Está tudo brecado. Shopping Salvador, paralela”, postou um entregador de dentro do estacionamento do centro comercial, com uma faixa ao fundo.
Reivindicações
Além da taxa mínima, os entregadores reivindicam o aumento da remuneração de R$ 1,50 para R$ 2,50 a cada quilômetro rodado; o limite de um raio de 3 quilômetros para entregas feitas em bicicleta; e o pagamento integral por corrida mesmo quando pedidos são agrupados na mesma rota.
Em um abaixo-assinado online, os organizadores do breque nacional, anunciado como “o maior da história”, denunciam que “há três anos as plataformas não reajustam ganhos”.
Em um sucinto texto com cerca 4.700 assinaturas, os entregadores argumentam que “tudo está mais caro: comida, água, luz, gasolina, manutenção da moto/bike, utensílios domésticos e por aí vai… mas somente nossos serviços não aumentaram, inviabilizando nossa sobrevivência! Está na hora do basta”.
Procurada, a Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Abomitec), entidade que representa o iFood, Uber, Lalamove e 99, informou que respeita o direito de manifestação e que a renda média dos entregadores “cresceu 5% acima da inflação entre 2023 e 2024”.