Por ocasião do aniversário de 61 anos do golpe militar de 1964, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), publicou uma mensagem em sua conta na rede social X, em defesa da democracia, dos direitos humanos e da soberania popular.
“Hoje é dia de lembrarmos da importância da democracia, dos direitos humanos e da soberania do povo para escolher nas urnas seus líderes e traçar o seu futuro. E de seguirmos fortes e unidos em sua defesa contra as ameaças autoritárias que, infelizmente, ainda insistem em sobreviver”, escreveu o presidente.
Na mensagem publicada, Lula afirma que “não existe, fora da democracia, caminhos para que o Brasil seja um país mais justo e menos desigual”. “Não existe um verdadeiro desenvolvimento inclusivo sem que a voz do povo seja ouvida e respeitada. Não existe justiça sem a garantia de que as instituições sejam sólidas, harmônicas e independentes”, disse o mandatário.
“Nosso povo, com muita luta, superou os períodos sombrios de sua história. Há 40 anos, vivemos em um regime democrático e de liberdades, que se tornou ainda mais forte e vivo com a Constituição Federal de 1988. Esta é uma trajetória que, tenho certeza, continuaremos seguindo. Sem nunca retroceder”, finaliza.
Outras manifestações
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, também usou a rede social X para relembrar o golpe de 1964, que inaugurou um período de 21 anos de regime autoritário no Brasil.
“Há 61 anos, um golpe de estado lançou o país em um longo período de ditadura, que cerceou direitos e garantias, perseguiu, prendeu e matou opositores. Foram mais de duas décadas de resistência e sacrifício para a restauração da democracia, que culminaram com a campanha das diretas já, o fim dos governos militares e a eleição da Assembleia Nacional Constituinte”, escreveu a ministra, relembrando figuras como Rubens Paiva, deputado que foi desaparecido pela ditadura e Ulysses Guimarães, considerado um dos grandes colaboradores para a Constituição democrática de 1988.
Hoffmann aproveitou a data para defender a responsabilização dos envolvidos na tentativa de golpe em 2022-2023, que buscava frustras a posse de Lula em benefício do ex-presidente, derrotado nas urnas, Jair Bolsonaro (PL).
“É importante recordar esse período nos dias de hoje, em que estão sendo levados a julgamento os comandantes de uma nova tentativa de golpe, incluindo um ex-presidente da República tornado réu. A responsabilização penal dos golpistas, na vigência plena do estado de direito e das garantias constitucionais que tentaram abolir, é um dever histórico em defesa da democracia, hoje e para sempre”, escreveu.
Já a ministra dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), Macaé Evaristo, publicou um vídeo da ex-presidenta Dilma Rousseff na rede Instagram para se manifestar. “Lembrar das atrocidades do passado para nunca mais repetir! Fala histórica da ex-presidenta Dilma Rousseff quando questionada sobre sua experiência na ditadura militar. Ditadura nunca mais!”, escreveu Evaristo.
O mesmo vídeo foi postado pelo líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ).
Preso durante o regime militar, o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) também recordou os anos de chumbo, inaugurados em 31 de março de 1964. “Ditadura nunca mais! Hoje se completam 61 anos do golpe militar de 1964. Golpe que perseguiu pessoas por opinião, ceifou milhares de vidas e interrompeu a vida democrática brasileira durante mais de 20 anos. A luta pela democracia é ininterrupta e o combate ao fascismo, sem tréguas!”, escreveu o parlamentar
A deputada carioca Benedita da Silva (PT-RJ), única mulher negra a ocupar uma vaga na Assembleia Nacional Constituinte, em 1988, publicou um vídeo na rede X relatando os horrores da ditadura, sobretudo contra as populações periféricas.
Também deputada pelo Rio de Janeiro, Jandira Feghali (PCdoB-RJ) foi mais uma que relacionou, em uma postagem, o golpe militar de 1964 com a tentativa frustrada de abolição do Estado Democrático de Direito entre 2022 e 2023.
“Há 61 anos, o Brasil mergulhava em um período sombrio de censura, repressão e ataques à liberdade. Governos autoritários sufocam nações, violentam o povo e atrasam o progresso. Hoje, vemos o avanço perigoso da extrema direita em todo o mundo. Não podemos repetir os erros do passado: é hora de resistência, mobilização popular e memória viva! Democracia sempre!”, publicou a deputada.