Mais de 300 mulheres se reuniram na cidade de Sede Nova (RS), na última quinta-feira (27), no 1° Encontro Regional de Mulheres da Agricultura Familiar. O evento foi promovido pelos sindicatos de trabalhadores da agricultura familiar de Tiradentes do Sul, Sede Nova, Humaitá e Tenente Portela, cidades localizadas na região celeiro do Rio Grande do Sul.
“O evento discutiu a importância da luta e da organização das mulheres da agricultura familiar, de estarem juntas e unidas a fim de lutarem por melhores políticas públicas”, expõe Cleonice Back, coordenadora da secretaria de mulheres da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar do Brasil (Fetraf-RS), em entrevista ao Brasil de Fato.
As participantes do encontro foram recebidas com café da manhã com produtos da agricultura familiar. A abertura do evento contou com presença do prefeito de Sede Nova e autoridades. Integrante do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) ministrou a palestra sobre o tema “Ser mulher é sensibilidade e força”, que abordou os desafios enfrentados na atual conjuntura.

No turno da tarde, ocorreu uma gincana cultural, momento de integração e descontração entre as participantes e que resgatou brincadeiras da infância das crianças do interior gaúcho.
Participação das mulheres
De acordo com Back, o encontro foi realizado em alusão ao 8 de março, mas também como um espaço de reflexão. “A ideia é que todo ano esse encontro seja realizado no mês de março. Um encontro para, cada vez mais, construirmos a nossa luta e a organização.”

Conforme a dirigente, cada um dos sindicatos organizadores do encontro possuem coletivo de mulheres. “A ideia é que, de fato, nós continuemos construindo a nossa luta, a nossa organização. E uma das questões centrais é mantermos os coletivos organizados para discutirmos as nossas pautas, os problemas que as mulheres agricultoras enfrentam. E esses coletivos se reúnem periodicamente todo mês junto ao sindicato.”
A proposta, prossegue Back, é sempre trazer mais mulheres agricultoras a participar desses eventos e do coletivo. “As mulheres têm um papel muito importante na agricultura familiar. Principalmente nós, que estamos dentro da Fetraf discutindo muito a questão de construirmos e pensarmos uma produção de alimentos saudáveis. Pensar um novo modelo produtivo e a gente sabe o papel importante que tem as mulheres nesse contexto ”, afirma.
Para que isso aconteça é preciso cada vez mais ter a participação das mulheres no sindicato, nas lutas e para enfrentar também os desafios colocados na agricultura familiar, pontua a dirigente. “Como as mudanças climáticas, como enfrentamento do modelo produtivo, que visa o lucro do capital, mas não um lucro para os agricultores familiares. Nós queremos permanecer no campo produzindo alimentos saudáveis, e por causa disso, é importante termos as mulheres nessa construção”, conclui.

