Para 52% da população brasileira, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria ser preso por tentativa de golpe de Estado, de acordo com uma pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira (8). Outros 42% acreditam que ele não deveria ser preso, e 7% não souberam responder.
Ao mesmo tempo, no entanto, também 52% acham que o ex-presidente não será preso, a despeito das investigações em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Por outro lado, 41% acreditam que Bolsonaro será condenado e preso. Por fim, 7% não souberam responder.
Quando feito o recorte regional, o índice obtido foi semelhante entre as regiões do Brasil. No Norte e Centro-Oeste, 47% acham que Bolsonaro deveria ser preso, enquanto 45% acreditam no contrário. No Sul do país, 49% dizem que Bolsonaro não deve ser preso, e 46% querem que o ex-presidente seja encarcerado.
A religião também é um fator que muda os índices auferidos. Entre os católicos, 55% são a favor da prisão e 39%, contra. Já entre os evangélicos, segmento fortemente ligado ao bolsonarismo, 38% são favoráveis e 54% contrários.
No total, foram entrevistadas 3.054 pessoas com mais de 16 anos em 172 cidades entre 1º e 3 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%.
Bolsonaro réu no STF
No fim de março, os ministros da Primeira Turma do STF votaram por unanimidade para tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras sete pessoas por tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de direito. Agora, uma ação penal foi aberta, com coleta de depoimentos e outras provas, e um julgamento posterior decidirá se o ex-presidente deve ser condenado ou absolvido.
No total, os crimes pelos quais Bolsonaro é acusado podem somar até 43 anos de prisão: dano qualificado com uso de violência e grave ameaça (6 meses a 3 anos), deterioração de patrimônio tombado (1 a 3 anos), tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito (4 a 8 anos), tentativa de golpe de Estado (4 a 12 anos) e organização criminosa (3 a 8 anos, que pode chegar a 17 anos a depender dos agravantes).
A defesa do ex-presidente afirmou que, “no fim do dia e da história, o peticionário [Bolsonaro] é aquele que não assinou nenhum decreto e não ordenou qualquer ação violenta para restringir ou impedir o exercício de um poder, bem como não tentou depor o governo constituído depois dele”.