Uma parte do muro da estação de metrô Engenho da Rainha, na zona norte do Rio, desabou sobre os trilhos na manhã desta quarta-feira (9). O acidente ocorreu durante o trabalho de uma equipe da concessionária Águas no Rio no reparo de uma tubulação na avenida Martin Luther King Jr.
Onze estações da Linha 2 do metrô no Rio estão fechadas devido ao acidente: Pavuna, Engenheiro Rubens Paiva, Acari/Fazenda Botafogo, Coelho Neto, Colégio, Irajá, Vicente de Carvalho, Thomaz Coelho, Engenho da Rainha, Inhaúma e Del Castilho. As composições seguem apenas no sentido centro do Rio.
Linhas de ônibus e trens urbanos da SuperVia circulam com reforço para atender a demanda de passageiros. Uma faixa da avenida Martin Luther King Jr está interditada para o trânsito em direção à Pavuna.
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Não há registro de feridos no acidente até o momento. O MetrôRio afirmou que está com contato com a concessionária para remover os destroços dos trilhos.
Em nota à reportagem, a Águas do Rio lamentou os transtornos causados à população e afirmou que equipes seguem atuando no local. “O trabalho de retirada dos destroços do muro está sendo realizado em conjunto com equipes da Metrô Rio. Ao final dessa etapa, a estrutura será reerguida no local”, diz o texto.
Por volta das 11h, o MetrôRio informou que reestabeleceu a operação da Linha 2.
Abastecimento interrompido
Devido à ocorrência, o abastecimento de água está interrompido em alguns bairros da região: Engenho da Rainha, São Francisco Xavier, Mangueira, Triagem, Maria da Graça, Inhaúma, Del Castilho, Jacaré, Jacarezinho e Rocha.
Segundo a Águas do Rio, a conclusão do serviço está prevista para a tarde de quinta-feira (10). As equipes atuavam no reparo de um vazamento em uma tubulação de grande porte.
Descaso
A deputada estadual Marina do MST (PT) lembrou do impacto da interrupção do transporte na rotina dos trabalhadores. “É isso que a privatização entrega: caos e descaso! Véspera de reajuste e o povo trabalhador, que já sofre, agora nem consegue chegar ao trabalho. Não a privatização!”, escreveu.
Para o deputado federal Tarcísio Motta (Psol), houve descaso das empresas. “Faltando três dias para mais um aumento na sua tarifa, o Metrô Rio simplesmente FECHA quase metade da linha 2, por conta da queda de um muro em Engenho da Rainha. A culpada? Águas do Rio! A falta de compromisso da iniciativa privada com o funcionamento da cidade é alarmante! É o que acontece quando se privatiza serviços essenciais para a população”, publicou nas redes sociais.
Desde a privatização da Companhia de Águas e Esgotos do Estado (Cedae), em 2021, a Águas do Rio assumiu a distribuição do serviço de água e esgoto em diversos municípios do estado, além de bairros da capital fluminense.
No último ano, foram registrados quase 20 rompimentos de adutoras na capital e em cidades da Baixada Fluminense. Além de prejuízos materiais à população, uma idosa morreu soterrada devido ao rompimento de adutora em Rocha Miranda, na zona norte, em novembro.
A empresa tem sido alvo recorrente de críticas por suas tarifas altas, e a falta de água que tem afetado a população constantemente. Durante as ondas de calor no início do ano, a crise de desabastecimento se estendeu por mais de uma semana em alguns bairros.