O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) anunciou nesta quarta-feira (9) que vai disputar a presidência do Partido dos Trabalhadores (PT), na eleição interna que está marcada para 6 de julho. O petista já foi presidente da legenda de 2011 a 2017, e antes disso, de 1993 a 1994, quando conseguiu derrotar a corrente majoritária do partido, a Construindo um novo Brasil (CNB), da qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também faz parte.
Falcão pertence à corrente Novo Rumo, e terá como principal adversário na disputa interna o ex-ministro do governo Dilma Rousseff e ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, favorito da CNB. Além deles, outras duas pessoas apresentaram candidatura: Valter Pomar e Romênio Pereira.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Falcão afirmou que sua candidatura busca promover o debate interno. Um dos desafios da candidatura, segundo ele, é o processo eleitoral interno e a prioridade de reeleger Lula em 2026. Falcão sugere que um processo de eleição indireta, com delegados, seria mais politizador.
“Eu preferia que houvesse um outro processo de eleição que não fosse simplesmente todo mundo votar, que tivesse um processo de debate político prévio, elegendo delegados, como nós já fizemos em outras ocasiões. Seria mais politizador, envolveria mais gente, mas o voto direto sempre é positivo e eu vou correr atrás dos votos. Esse é o maior desafio lado a lado com a nossa principal estratégia que é reeleger o Lula em 2026. Uma coisa tem que tá combinada com outra”, defendeu.
O parlamentar paulista comentou sobre sua estratégia para promover o retorno às raízes do partido, defendido por ele, em contraponto à posição de outras correntes internas, que defendem a superação da polarização e um “giro ao centro” em busca de ampliar o arco de alianças da legenda. Falcão defende uma comunicação que combine o uso de redes sociais com o contato direto com a população.
“As redes sociais são elementos poderosos em comunicação, mas essas redes também devem servir para impulsionar a organização partidária, para multiplicar as redes, mas também permitir o corpo a corpo, que é insubstituível. As pessoas querem também olho no olho, querem que você vá ao bairro, querem que você ouça os problemas concretamente. Então, é uma conjugação de redes e ruas de comunicação ativa e de luta social”, disse Falcão.
Entre as principais propostas do agora candidato, está o apoio do PT ao projeto que altera a escala de trabalho 6×1, à isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a reeleição do presidente Lula em 2026.
O presidente Lula tem evitado comentar as eleições internas do partido. Cerca de 1,3 milhão de filiados deverão participar da eleição interna para a nova direção nacional do PT, em 6 de julho.