A eleição interna para a presidência nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) ocorrerá somente em julho deste ano. Até lá, o senador Humberto Costa (PT-PE) assume o posto deixado por Gleisi Hoffmann, que foi nomeada ministra da Secretaria de Relações Institucionais.
Segundo Humberto Costa, até o presente momento, o deputado federal Rui Falcão (SP); o atual secretário de Relações Internacionais do partido Romênio Pereira; o historiador e membro do Diretório Nacional do PT, Valter Pomar; o prefeito da cidade de Maricá (RJ) e vice-presidente da sigla, Washington Quaquá e o ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva se apresentaram como candidatos à presidência da legenda.
“A próxima gestão do PT, com toda certeza, será uma gestão de continuidade para fazer com que o partido possa continuar avançando da mesma forma que avançou durante esse período anterior. As divergências estão sendo debatidas, discutidas e não são intransponíveis”, disse o senador em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.
O parlamentar ainda disse que há a possibilidade de uma chapa única para a eleição interna. “Estamos caminhando para a construção sustentável. Tudo indica que vai ter um candidato a presidente e vai ter também, acredito, uma chapa única para essa disputa”, afirmou.
O novo presidente vai substituir a atual ministra Gleisi Hoffmann, que esteve à frente da legenda entre 2017 e 2025, sendo a primeira mulher eleita presidente nacional do partido. Até o momento, apenas homens apresentaram candidaturas à presidência do partido.
“Não temos uma candidata mulher à presidência do partido, mas isso de forma alguma significa que nós estamos dando qualquer passo atrás nessa forma que o PT sempre teve de valorizar o trabalho das mulheres”, disse Humberto Costa.
Divergências internas
O processo de eleição dentro da sigla vem sendo marcado por divergências internas. A principal corrente do partido, Construindo um Novo Brasil (CNB), rachou depois após Washington Quaquá se apresentar como um nome viável, rivalizando dentro do grupo com Edinho Silva.
“Vou para essa batalha com a missão de devolver ao partido sua vocação histórica, que é estar ao lado do povo e dos mais humildes nas suas lutas e necessidades. Quero um PT popular, dentro das favelas de todo o País. Edinho nunca sujou os sapatos numa comunidade. Não sabe o que é povo”, escreveu Quaquá em suas redes sociais no começo de abril.
Um mês antes, Edinho Silva criticou o uso da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa interna do partido. O ex-prefeito de Araraquara citou uma reunião entre o presidente e o CNB, na qual Lula teria sido alertado sobre uma suposta resistência ao nome de Edinho para a presidência da legenda.
“O presidente Lula vai para uma reunião para que a gente possa construir unidade. E ela é vazada para a imprensa como instrumento de luta interna. Nós não podemos aceitar. Eu estou muito indignado com o que aconteceu, da forma como aconteceu”, disse em seu perfil no Instagram.
Após a confusão, o CNB afirmou que “divergências e disputas internas, também naturais e legítimas, têm sido instrumentalizadas em veículos de mídia, como tem ocorrido ao longo da história do PT, sempre no intento de desqualificar o partido e sua democracia interna. A coordenação da CNB repudiará sempre os ataques pessoais e o rebaixamento do debate político”.
Para ouvir e assistir
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