Três deputadas estaduais negras – Ediane Maria (Psol-SP), Marilene Alves de Souza (PT-MG), conhecida como Leninha, e Andreia Maria de Jesus (PT-MG) – relataram na noite desta sexta-feira (11) terem sofrido racismo no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. A comitiva voltava do México, onde representou o Brasil no Painel Internacional de Mulheres Afropolíticas, no Senado do país. A reunião debateu violência política de gênero e raça.
De acordo com o relato de Ediane, o grupo foi o único destacado da fila na área de desembarque internacional do aeroporto, na tarde desta sexta. Ela conta que os agentes não solicitaram nenhuma documentação às três parlamentares e apenas ordenaram que elas saíssem da fila, após passar pelo scanner corporal, e se dirigissem a uma área da alfândega.
“A revista aleatória, que de aleatória não tem nada, é mais uma prática discriminatória e racista. Eu estava na fila do desembarque, com mais duas deputadas estaduais, e de todos que estavam na fila, só nós, três mulheres negras, que fomos escolhidas”, disse.
“Tinha um monte de gente branca no voo, passou diretinho pela revista. Aí na alfândega, olharam para nós três e mandaram passar na revista de novo. Passamos por tudo quanto é revista, lastimável. Estou saindo chateada aqui do Aeroporto de Guarulhos”, relatou, em vídeo divulgado em suas redes sociais. “Estou com uma tristeza tão grande no meu coração.”
As três deputadas fizeram um boletim de ocorrência por “racismo constrangedor e humilhante”, e afirmaram que vão oficiar a ouvidoria da Polícia Federal e demais autoridades competentes.
O Brasil de Fato entrou em contato com a assessoria de imprensa do Aeroporto de Guarulhos que disse que o caso é de responsabilidade da Polícia Federal. Já a Polícia Federal em São Paulo não retornou nosso contato. O texto será atualizado caso haja manifestação de algum dos órgãos.
*texto atualizado dia 12.04 às 13h02 para acréscimo de informações.