A disputa pela presidência do Partido dos Trabalhadores (PT) ganhou mais um nome nesta sexta-feira (11), com o anúncio de Washington Quaquá, prefeito de Maricá (RJ) e atual vice-presidente da legenda. Em publicação nas redes sociais, ele afirmou que pretende “revitalizar o partido” e criticou diretamente o também pré-candidato Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP).
“Quero um PT popular, dentro das favelas de todo o País. Edinho nunca sujou os sapatos numa comunidade. Não sabe o que é povo. Além disso, não tem condições de unificar o partido e não terá o meu apoio”, escreveu Quaquá em publicação no Instagram. Segundo ele, sua candidatura também busca “unir a CNB e o maior partido de esquerda do Hemisfério Sul”, referindo-se à corrente Construindo um Novo Brasil, a mais influente dentro da legenda.
Com a entrada de Quaquá, a corrida interna já soma cinco pré-candidaturas: além dele, Rui Falcão, Romênio Pereira, Valter Pomar e Edinho Silva. Todos são homens. De acordo com o senador Humberto Costa (PT-PE), que assumiu interinamente a presidência do partido após a saída de Gleisi Hoffmann para comandar a Secretaria de Relações Institucionais do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), porém, a ausência de mulheres na disputa “de forma alguma significa que nós estamos dando qualquer passo atrás nessa forma que o PT sempre teve de valorizar o trabalho das mulheres”. A fala foi feita em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.
Apesar das divergências internas, Costa acredita na possibilidade de uma composição ampla. “Estamos caminhando para a construção sustentável. Tudo indica que vai ter um candidato a presidente e vai ter também, acredito, uma chapa única para essa disputa”, afirmou.
Disputas internas
As trocas de farpas entre Quaquá e Edinho se somam a uma disputa interna acirrada dentro da CNB. Um mês antes, Edinho criticou o uso da imagem do presidente Lula em articulações da corrente, após uma reunião com o mandatário ter sido divulgada à imprensa. “Eu estou muito indignado com o que aconteceu, da forma como aconteceu”, afirmou na ocasião.
Já Rui Falcão, que presidiu o PT entre 2011 e 2017, declarou que sua candidatura busca “promover o debate político”. Em entrevista ao Brasil de Fato, ele defendeu a realização de uma eleição interna mais politizada. “Eu vou correr atrás dos votos. Esse é o maior desafio lado a lado com a nossa principal estratégia que é reeleger o Lula em 2026”, disse.
A eleição para a presidência nacional do PT está marcada para o dia 6 de julho e deve mobilizar cerca de 1,3 milhão de filiados. Gleisi Hoffmann, que liderou o partido de 2017 até este ano, foi a primeira mulher a presidir a sigla. Até o momento, nenhuma candidatura feminina foi apresentada para sua sucessão.