As vozes das periferias de Porto Alegre voltam a ecoar no 3º Fórum Social das Periferias (Fsppoa), entre os dias 27 de abril e 1º de maio de 2025. As atividades serão distribuídas por vários territórios da cidade. Este ano, a abertura simbólica acontece no dia 26, com uma roda de conversa sobre comunicação comunitária e cobertura colaborativa, às 15h30, na sede da Associação Santa Anita, no bairro Nonoai.
Conforme explica a conselheira tutelar e uma das articuladoras da iniciativa Cris Medeiros, mais que um evento, o fórum é fruto de um processo de mobilização popular que teve início em 2023, quando lideranças comunitárias e ativistas decidiram construir um espaço próprio para refletir e propor caminhos diante das realidades vividas nas periferias da capital gaúcha. “A primeira edição foi organizada sem recursos públicos ou grandes apoios institucionais, sustentada por parcerias de base, doações e muito trabalho voluntário. Foi da vontade de fazer”, relembra.

Nas duas edições anteriores, o fórum percorreu comunidades como a Ilha dos Marinheiros, a Vila Bom Jesus e o Rubem Berta, sempre apostando em rodas de conversa, oficinas, feiras e atividades culturais como forma de valorização dos saberes populares e do protagonismo das periferias.
A segunda edição, realizada em maio de 2024, foi marcada por reflexões sobre o impacto da ausência de políticas públicas nas comunidades, especialmente em momentos de crise, como as enchentes que atingiram a cidade, exatamente quando começava o fórum.
Para a líder comunitária Rosa Helena Mendes, integrante da coordenação, o fórum é um chamado para que a população se reconheça como sujeito coletivo de direitos. “É a possibilidade de fazer nossas pautas chegarem onde muitas vezes não somos escutadas.”

Inscrições abertas
Com inscrições gratuitas e distribuição de ecobags aos participantes, a terceira edição do Fsppoa promete ampliar ainda mais esse espaço de escuta e construção. A programação inclui atividades voltadas para temas como saúde, moradia, racismo, juventude, educação, comunicação popular e cultura, todas pensadas a partir das realidades e necessidades dos territórios onde ocorrem. O fórum também se propõe como uma ferramenta de formação e fortalecimento das redes comunitárias, articulando movimentos sociais, coletivos culturais, associações de bairro e moradores em geral.
As inscrições podem ser feitas pelo link, e toda a programação está disponível nas redes sociais do fórum, no perfil. “A expectativa é de que esta terceira edição aprofunde os laços entre os territórios e siga mostrando que, das margens, também se faz centro – e que a transformação começa pela escuta e pelo encontro entre quem luta todos os dias por uma cidade mais justa e plural”, destacam as organizadoras.
