A Petrobras instaurou uma comissão para apurar as causas da explosão ocorrida na manhã desta segunda-feira (21) na plataforma PCH-1 (Cherne 1), na Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro. Oito vítimas do acidente seguem internadas nesta terça-feira (22), com quadro de saúde estável, segundo um comunicado enviado pela empresa ao Brasil de Fato às 16h.
No entanto, conforme o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), dos 32 feridos pelo incêndio, havia dez trabalhadores ainda internados nesta manhã, um em estado mais grave. Quatro deles ainda estariam internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Ao Brasil de Fato, a estatal informou que “o sistema de detecção de fogo e gás funcionou adequadamente, com acionamento das válvulas de bloqueio em menos de um minuto”. “O sistema de dilúvio também foi ativado e a brigada de incêndio conseguiu debelar os focos”, complementou. A companhia destacou que a unidade não realiza escoamento de gás e que, após o acidente, a geração de energia está sendo feita por motogeradores a diesel, garantindo a segurança e a habitabilidade da plataforma.
Localizada a cerca de 130 quilômetros da costa de Macaé (RJ), a plataforma PCH-1 está fora de operação desde 2020 e contava com 177 trabalhadores embarcados no momento do acidente. De acordo com o Sindipetro-NF, os feridos foram encaminhados a hospitais de Macaé e Campos dos Goytacazes, 14 por queimaduras e os demais por inalação de fumaça.
O sindicato, que acompanha os atendimentos médicos desde segunda-feira, indicou a diretora Bárbara Bezerra para integrar a comissão de investigação. A entidade responsabiliza o desmonte da Petrobras pelo acidente. “O acidente é consequência da falta de investimento em infraestrutura, em manutenção, na integridade das plataformas da Bacia de Campos. O sindicato vem denunciando esse sucateamento das plataformas há alguns anos, e essa falta de investimento traz como consequência o aumento desses acidentes. […] Se continuar dessa forma, há o risco de acontecer uma grande a tragédia”, afirmou o coordenador-geral do sindicato, Sérgio Borges, em vídeo publicado nas redes sociais.
Questionada pelo Brasil de Fato sobre a acusação, a Petrobras não respondeu diretamente sobre os cortes, mas afirmou que os sistemas de segurança da plataforma funcionaram como previsto e contribuíram para conter o incêndio, indicando que a estrutura da unidade operava dentro dos padrões esperados.
Conforme informações do Sindipetro-NF, o incêndio também comprometeu a comunicação da PCH-1 e de outras plataformas próximas, ao danificar cabos de conexão. “A Petrobras informou que concluirá até o fim do dia o desembarque dos trabalhadores que não são essenciais à manutenção da segurança e habitabilidade da unidade”, afirma.
Leia a nota da Petrobras na íntegra:
A Petrobras informa que, em relação ao incêndio corrido ontem (21/04), na plataforma PCH-1 (Cherne 1), 8 trabalhadores permanecem internados com quadro de saúde estável, sem gravidade. Os demais já tiveram alta. O sistema de detecção de fogo e gás funcionou adequadamente com o acionamento das válvulas de bloqueio do gás em menos de um minuto. O sistema de dilúvio funcionou e a brigada de incêndio foi acionada, debelando os focos de incêndio localizados. Esta unidade não faz escoamento de gás. O gás que chega em PCH1 é apenas para geração de energia elétrica que, no momento, está sendo suprida por motogeradores a diesel, garantindo a segurança e a habitabilidade da unidade.
A PCH-1, localizada na Bacia de Campos, a cerca de 130 km da costa de Macaé, no Rio de Janeiro, não produz petróleo desde 2020. A unidade contava com 177 pessoas a bordo que atuavam na manutenção da integridade das instalações e habitabilidade. A Petrobras instaurou uma comissão para apurar as causas do incidente.