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Paraná de Ratinho Jr. repete erros do Rio Grande do Sul ao ignorar alertas climáticos

A inação de Leite e Ratinho Jr., se mantida, só servirá para exacerbar os problemas climáticos

O recente desastre das enchentes no Rio Grande do Sul evidencia uma negligência histórica e sistemática com alertas climáticos que poderiam mitigar tais tragédias. O governador Eduardo Leite (PSDB) tem sido alvo de críticas por ignorar recomendações e previsões que indicavam eventos climáticos extremos, potencialmente salvando vidas e reduzindo danos materiais.

Em 2015, durante o governo de Dilma Rousseff, um relatório detalhado sobre as vulnerabilidades climáticas do Brasil foi elaborado, apontando regiões de alto risco e recomendando medidas preventivas. Este documento, porém, foi engavetado, e sucessivas administrações estaduais e federais falharam em implementar ações significativas baseadas em suas diretrizes.

No Rio Grande do Sul, a falta de ações concretas se tornou evidente diante das recentes enchentes. Apesar de alertas meteorológicos precisos e antecipados, as respostas do governo estadual foram insuficientes. Especialistas destacam que, além de falhas na infraestrutura, a ausência de políticas de planejamento urbano resiliente e de programas de educação pública sobre riscos climáticos contribuem para a gravidade das consequências dos eventos naturais.

A situação no Paraná reflete um cenário similar. O governador Ratinho Júnior, assim como Eduardo Leite, tem sido criticado por seu descaso com as emergências climáticas. O estado, que também enfrenta riscos significativos devido às mudanças climáticas, não tem adotado medidas preventivas robustas, apesar de inúmeros alertas e estudos que destacam a necessidade urgente de ação.

O Paraná, com sua economia fortemente dependente da agricultura, está particularmente vulnerável a variações climáticas extremas, e a falta de planejamento adequado pode resultar em prejuízos econômicos massivos e crises humanitárias.

O comportamento de ambos os governadores ilustra um padrão preocupante de inação frente a crises anunciadas. Ignorar relatórios e alertas climáticos não apenas coloca em risco a vida de milhares de pessoas, mas também demonstra uma falta de compromisso com o futuro sustentável dos estados. As enchentes no Rio Grande do Sul e os riscos enfrentados pelo Paraná são lembretes dolorosos da necessidade urgente de governos que levem a sério as questões ambientais e climáticas, adotando uma abordagem proativa e preventiva em vez de reativa e remediadora.

O relatório de 2015, que permanece negligenciado, contém diretrizes essenciais que poderiam guiar políticas públicas mais eficazes. Ações como a construção de infraestruturas resilientes, o fortalecimento de sistemas de alerta precoce e a implementação de programas de educação ambiental são passos cruciais para mitigar os impactos das mudanças climáticas. É imperativo que os governos estaduais, em conjunto com o federal, revitalizem tais documentos e os transformem em planos de ação concretos.

A inação de Leite e Ratinho Jr., se mantida, só servirá para exacerbar os problemas climáticos, colocando suas populações em risco crescente. O custo humano e econômico da negligência é elevado e evitável. É hora de aprender com os erros do passado e priorizar a segurança e o bem-estar das comunidades através de políticas climáticas responsivas e baseadas em evidências.

*Deputado estadual e presidente estadual do PT-PR

**As opiniões expressas nesse texto não representam necessariamente a posição do jornal Brasil de Fato Paraná

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