Ontem (28), o jornalista fundador do site Opera Mundi e integrante do Comitê Nacional Lula Livre, Breno Altman, participou pela primeira vez de uma saudação ao ex-presidente Lula, diretamente da Vigília Lula Livre, na forma do "boa tarde presidente Lula", em Curitiba – espaço que o próprio analista classifica como a "trincheira mais avançada na luta por Lula Livre".
Logo depois, participou da chamada “Roda de Conversa” sobre conjuntura e desafios do momento para a esquerda. Durante o debate, defendeu que o governo Bolsonaro tem atendido os interesses das elites que o elegeram, ao menos no plano econômico, em que ele impõe “a ferro e fogo o programa neoliberal”. Além de ter impedido a vitória de um projeto de desenvolvimento no Brasil, a exemplo do que ocorre hoje na América Latina
Altman defende que o caráter do governo Bolsonaro é de entrega das estatais e dos recursos do país, embora, com o tema do desmatamento da Amazônia, o governo tenha usado a retórica de “soberania” polemizando com o governo francês. O analista político afirma que tanto o governo brasileiro quanto os europeus não estão preocupados com o modelo de produção concentrador e agressivo contra o meio-ambiente. No fundo, ambos defendem interesses semelhantes, os das empresas do agronegócio que promovem o desmatamento.
“Há alguma lei na França que proíba a compra de carne de pastos que não sejam amigáveis ao meio-ambiente? Embora a classe média europeia esteja horrorizada com Bolsonaro, é hipócrita, porque concorda com o seu projeto. Em 2012, pressionado, o governo Dilma vê o Código Florestal ser aprovado, a pecuária avança velozmente”, aponta.
Lula Livre
Breno Altman defendeu no espaço que a luta por Lula Livre não é separada das “demais batalhas do povo brasileiro”, mesmo nos momentos mais difíceis e de recuo da militância social. “É uma campanha que busca animar os setores avançados. Assim como aconteceu com a prisão de Mandela, a liberdade de Lula é uma síntese para a classe trabalhadora”, afirma.