Rafael Greca (PMN) iniciou a sua gestão municipal de Curitiba com todo tipo de pirotecnia para que a população apreendesse duas informações: o município está falido e abandonado.
Em um dia, o prefeito apresentou à imprensa um powerpoint, copiado do Deltan Dallagnol na denúncia contra o Lula, para revelar à cidade a suposta herança maldita de R$ 1,2 bi em dívidas deixada pelo seu antecessor.
No dia seguinte, Greca levou seus secretários e vinte trabalhadores da limpeza municipal para lavar o calçadão da rua XV de Novembro, posando para as câmaras com uma mangueira de água em suas mãos. A cidade abandonada precisa ser higienizada: uma Lava Jato física capitaneada pelo prefeito. Nada mais espetacular.
Tudo isso para justificar um conjunto de medidas contra a população, mas que precisam aparentar como ações inevitáveis por conta da situação do município.
A primeira medida foi o aumento da passagem de ônibus para R$ 4,25.
Durante a campanha, Greca prometeu a revisão dos contratos com as empresas de ônibus e a adoção de uma tarifa justa.
Depois de eleito, adotou um novo discurso: as coisas custam o que custam. “Isto não é política, é engenharia + economia”, postou o prefeito no Facebook. Os compromissos do prefeito com a máfia do transporte ficaram evidentes.
Greca anuncia ainda um pacote de medidas fiscais para reduzir custos com os servidores, ao modelo do que faz o Richa (PSDB) e Temer (PMDB). Nesse caso, não vale a afirmação de que as coisas "custam o que custam".
O espetáculo de Greca é dissimulação de uma política de acelerado retrocesso social, em todas as áreas.
*André Machado é diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região