O Brasil assumiu dois compromissos ecológicos no âmbito da COP-26, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021. Um dos acordos prevê a redução de 30% da emissão de metano, enquanto o outro aponta para zerar o desmatamento, ambos até 2030. Essas medidas voltam-se ao enfrentamento global do cenário de mudanças climáticas.
Não se pode ignorar que foram os países de capitalismo central – os mais ricos da Europa e os EUA– os responsáveis pela maior massa de emissão de poluentes desde o início da era industrial, motivo pelo qual deveriam ser responsabilizados de modo mais equitativo pelos danos que trouxeram às condições de vida humana em todo o planeta.
Ainda assim, no caso do Brasil, é urgente que a questão seja levada a sério. A política implementada pelo governo Bolsonaro desde 2019 é contraditória com os compromissos por ele assumidos na COP-26. Não à toa, tal adesão tem sido comentada com ceticismo por quem entende do assunto. Levando em consideração um governo que faz de tudo para “passar a boiada”, não há nenhum indício de que o Brasil terá condições de cumprir sua parte nestes acordos globais. Como disse Ailton Krenak ao comentar o assunto, “no caso do Brasil, todas as juras são falsas”.