Nesta sexta-feira (1º), data que marca os 58 anos do golpe militar no Brasil, o Cordão da Mentira volta às ruas do centro de São Paulo.
O ato-desfile organizado por movimentos sociais, coletivos de teatro e de samba vocaliza com cantos, marchinhas, intervenções e escrachos, a memória da ditadura militar e os massacres da democracia.
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“Verás que é tudo mentira” é o mote da manifestação desse ano, que marca uma década de existência do Cordão. A concentração é no Galpão do grupo de teatro Folias D’Arte, às 16h. De lá, o cortejo caminha até o Theatro Municipal, onde começarão as intervenções políticas e culturais. O “desfil&scracho” está marcado para sair às 18h.
Entre as participações confirmadas estão o Movimento Mães de Maio e outras mães de vítimas da violência do Estado de Santos (SP), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ), Osasco (SP) e São Paulo (SP), além de familiares de mortos e desaparecidos da ditadura militar.
Também estarão presentes as lideranças indígenas Sônia Ara Mirim e Casé Angatú, o padre Júlio Lancelotti, bem como representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), do Movimento Negro Unificado (MNU), do Quilombaque e do Bloco Agora Vai.
A concentração da manifestação é nessa sexta (1) às 16h no Galpão do Folias, no bairro Santa Cecília / Divulgação
Em nota pública, organizadores do Cordão anunciam que voltam a colocar “o bloco na rua para lembrar os crimes de Estado do passado e do presente, destacando os 15 anos dos Crimes de Maio, a maior matança ocorrida a pós o processo de redemocratização e os 30 anos do Massacre do Carandiru, a maior carnificina prisional de nossa história”.
“Estes dois acontecimentos”, caracteriza o comunicado, “marcaram a história do país e apontaram os limites do processo de redemocratização que então se construía”.
Ano passado, por conta da pandemia, o Cordão da Mentira foi feito de forma virtual com o tema "A democracia dos massacres e o massacre da democracia". Entre ativistas e artistas, a transmissão ao vivo contou com Ailton Krenak, Cecília Coimbra, Kiko Dinucci e Roberta Oliveira. Em 2022, o bloco volta para as ruas.