O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, publicou em suas redes sociais nesta terça-feira (22) registro de um encontro com representantes do WikiLeaks. Kristinn Hrafnsson e Joseph Farrell, são, respectivamente, editor-chefe e repórter investigativo do WikiLeaks, o site criado por Julian Assange.
O encontro ocorreu na Casa de Nariño, a sede do poder executivo em Bogotá, e também contou com a participação de Álvaro Leyva, ministro das Relações Exteriores da Colômbia.
"Encontrei com porta-vozes do WikiLeaks, para apoiar a luta mundial pela liberdade do jornalista Julian Assange. Pedirei ao Presidente [dos Estados Unidos Joe] Biden, juntamente com outros presidentes latino-americanos, para não acusar um jornalista apenas por dizer a verdade", disse Petro em seu Twitter.
Me reuní con los voceros de Wikikeaks, para apoyar la lucha mundial por la libertad del periodista Julian Assange.
Le soliciaré al presidente Biden con otros presidentes latinoamericanos que no se pongan cargos a un periodista solo por decir la verdad pic.twitter.com/kWyoXrHhyV
— Gustavo Petro (@petrogustavo) November 22, 2022
Assange está na prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres. Em junho deste ano, o Reino Unido autorizou sua extradição para os Estados Unidos, onde pode ser condenado a até 175 anos de prisão. A Casa Branca usa lei contra a espionagem datada da Primeira Guerra Mundial para processar o jornalista pela publicação de documentos e informações sigilosos que revelaram possíveis crimes de guerra dos Estados Unidos em suas invasões no Iraque e no Afeganistão. O pedido de extradição foi inicialmente apresentado pelo governo de Donald Trump e continua com o democrata Biden. A defesa de Assange ainda recorre da decisão.
"Petro nos ajudará a unir forças com outros presidentes da região para pressionar a administração do presidente americano Joe Biden a parar a acusação contra Julian Assange", disse o editor-chefe do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, em coletiva de imprensa após a reunião, de acordo com o jornal El Espectador.
Hrafnsson também destacou que Petro buscará uma aliança com outros líderes da região pela liberdade de Assange. Os representantes do WikiLeaks visitarão o Brasil na próxima semana para encontros com autoridades brasileiras em sua campanha pela liberdade de Assange.
"Se Julian Assange for extraditado para os EUA por simplesmente dizer a verdade, qualquer jornalista em qualquer parte do mundo poderia enfrentar a mesma acusação", acrescentou Hrafnsson.