O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/SP) e filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) será homenageado na Câmara Municipal de Porto Alegre com a concessão da Comenda Porto do Sol, proposta pelo vereador Alexandre Bobadra (PL). Foram 13 votos a favor, 12 contrários e duas abstenções na votação, realizada na quarta-feira (13).
"É inegável que, apesar de jovem, o homenageado, é um expoente na Câmara Federal e vem timbrando uma trajetória pessoal e profissional pautada na mais absoluta retidão, alinhado aos princípios da ética, da moral e dos bons costumes", disse o vereador Bobadra ao justificar a homenagem.
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Durante a sessão, alguns vereadores não conseguiram registrar o voto a tempo, o que poderia ter mudado o resultado final. Como no caso de Moisés Barboza, que após a votação anunciou sua intenção contra o projeto “como presidente do PSDB e pelo que esse cidadão sempre falou do partido que eu presido”.
Votaram a favor da homenagem as bancadas do Cidadania, do Novo, do PL, do PP, do PSC e do Republicanos, além de votos de vereadores do PSDB e do PTB. Votaram contra as bancadas do PCdoB, do PSD, do PSOL e do PT. As abstenções foram de vereadores do MDB e do Podemos.
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A Comenda Porto do Sol é a mais alta honraria conferida pelo Poder Legislativo de Porto Alegre. Destina-se a pessoas físicas ou jurídicas com atuação pública reconhecida em áreas do conhecimento humano, educação, comunicação, economia, saúde, esporte, ciência, meio ambiente, tecnologia, cultura, religião, trabalho comunitário e direitos humanos.
Críticas dos vereadores da esquerda
Após a votação, vereadores dos partidos de esquerda se manifestaram nas redes sociais contra a provação do projeto que concede a homenagem a Eduardo Bolsonaro.
Bruna Rodrigues (PCdoB) recordou que o vereador Alexandre Bobadra tem seu mandato cassado pela Justiça Eleitoral no Rio Grande do Sul. “A proposta de entregar essa honraria a uma pessoa que sequer se preocupa com o povo, foi de um vereador já cassado em primeira instância por se beneficiar financeiramente nas últimas eleições”, escreveu.
Daiana Santos lembrou que Bobadra foi indiciado por violência política de gênero contra a vereadora Bruna. “Vale ainda lembrar que Bobadra rejeitou a instituição do Dia de Marielle Franco, vereadora negra e lésbica assassinada por causa da sua luta pelos Direitos Humanos e das minorias”, complementou.
“Qual a contribuição desse negacionista, que foi contra a compra de vacinas no enfrentamento ao COVID-19, para a cidade de Porto Alegre?”, questionou Matheus Gomes (PSOL). O vereador lembrou ainda que Eduardo Bolsonaro protagoniza ataques ao TSE com relação a eleição e relativizou as expressões nazistas do jornalista Adrilles Jorge na Jovem Pan que o levaram à demissão.
Já Laura Sito (PT) destacou que a concessão da maior honraria da cidade foi aprovada pela extrema direita da Câmara. “Uma pessoa que promove o ódio e a violência política, que nunca fez nada de bom por Porto Alegre. É uma vergonha para história da cidade que foi referência mundial em democracia”, criticou.