A União de Moradores/as e Trabalhadores/as (UMT), surgida em 2020, no bolsão Formosa, no Novo Mundo, em Curitiba, no período da pandemia, tem como objetivo realizar trabalhos de solidariedade e articular associações de moradores.
Hoje, além do Formosa, abrange associações no Sabará (CIC), Corbélia (CIC) e Graciosa (Pinhais), entre outras.
A entidade publicou nota pública explicitando que a escola cívico-militar “sequer resolve os problemas da comunidade, problemas que se refletem na escola, mas que só serão combatidos com políticas públicas”.
A UMT tem atuado com força no caso da consulta púlica sobre o colégio estadual Ivo Leão, localizado na Cidade Industrial, mas onde estudam filhos de moradores da região que justamente haviam deixado o colégio cívico-militar Yvone Pimentel, no Novo Mundo. A experiência anterior foi mal avaliada.
“Sua curta experiência já se mostrou um fracasso, a exemplo do que se viu no colégio Yvone Pimentel (Novo Mundo), um modelo educativo que oprime os jovens, usando do racismo, machismo, conservadorismo e LGBTfobia”, aponta a nota.
“Não precisa”
“A sociedade paranaense não precisa que seus filhos tenham disciplina militar, porque existe a educação pública, bem como ensinamentos familiares para um bom desenvolvimento dos filhos até a idade adulta. Não é necessária disciplina militar de quartel ou batalhão da PM. Problemas de segurança pública não se resolvem levando doutrina militar para dentro das escolas”, afirma Ivan Carlos Pinheiro, morador da Ferrovila e atual presidente da UMT.
A UMT surgiu em 2020, em meio à pandemia de Covid-19, na perspectiva de unificação de associações de moradores / Pedro Carrano
Confira a nota na íntegra:
Nota da União de Moradores e Trabalhadores (UMT): não às escolas cívico-militares!
No dia 22 de novembro (quarta), a União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES), sindicatos, comunidade escolar e movimentos populares, convocam atos de mobilização nas escolas estaduais contra a intenção do governo do Paraná militarizar mais 127 escolas no estado.
O anúncio de Ratinho Jr está na contramão do Ministério da Educação (MEC), que definiu extinguir o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (PECIM) até o final do ano. Desde já, a ideia do governo do Paraná enfrenta grande resistência de estudantes, professores, da APP-Sindicato e da comunidade escolar em geral.
A União de Moradores, surgida em 2020, no bolsão Formosa, no Novo Mundo, composta por militantes populares, lideranças, organizações sociais e associações de bairro se soma nesta luta, uma vez que as escolas militares prejudicam a vida dos moradores da periferia.
Então, estamos fortalecendo as rodas de conversa e diálogo, panfletaços e ações nas escolas, a exemplo da escola Ivo Leão (CIC), em mobilização contra a medida que, no fundo, não resolve os problemas do povo. Estamos sugerindo que o voto das comunidades escolares, no dia 28 e 29 de novembro, seja de “Não” à implantação das escolas militares.
Sua curta experiência já se mostrou um fracasso, a exemplo do que se viu no colégio Yvone Pimentel (Novo Mundo), um modelo educativo que oprime os jovens, usando do racismo, machismo, conservadorismo e LGBTfobia. Além disso, a presença do militar aposentado na escola não passa de um cabidão de emprego. Queremos funcionários públicos e servidores de carreira, qualificados!
Na prática, a escola militar é uma bela propaganda, mas que não oferece qualquer contribuição educativa e sequer resolve os problemas da comunidade, problemas que se refletem na escola, mas que só serão combatidos com políticas públicas, recursos, com especialistas e trabalhadores da Educação!
Escola não é quartel!
Curitiba, novembro de 2023, União de Moradores e Trabalhadores (UMT)