O PCdoB do Rio Grande do Sul realizou sua conferência estadual neste domingo (3), em Porto Alegre. Os delegados presentes elegeram a nova direção, composta por 83 membros, dos quais 36 são mulheres. Antônio Augusto Medeiros foi reconduzido à presidência.
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Edison Puchalski foi eleito secretário de Organização e Elis Regina, a de Finanças. Em janeiro, o Comitê Estadual vai se reunir para finalizar a discussão sobre a nova composição, inclusive a vice-presidência.
A conferência contou com as presenças do vice-presidente nacional do PCdoB, Walter Sorrentino; da deputada federal pelo RS, Daiana Santos; dos vereadores Giovani Culau e Biga Pereira, de Porto Alegre, e Werner Rempel, de Santa Maria, entre outros parlamentares e lideranças políticas e sociais do estado.
Conjuntura política
Em sua fala, o vice-presidente nacional do PCdoB, Walter Sorrentino, chamou atenção para o genocídio do povo palestino promovido por Israel sob o pretexto de revidar os ataques do Hamas no início de outubro. “Nenhuma das agressões e guerras que os palestinos sofreram foi tão dura e imoral como este massacre”, declarou.
Ao abordar o cenário nacional, ele classificou como “extraordinário” o primeiro ano do terceiro mandato de Lula, com avanços importantes nas áreas social, econômica e ambiental. Mas, alertou que “o cenário atual não permite voluntarismos”, nem “desilusões precoces”, para que seja possível abrir caminho para a construção de um país cada vez mais soberano e igualitário.
Segundo Sorrentino, entre os desafios colocados na atualidade está a busca pela consolidação de um governo de união e reconstrução nacional em meio a uma sociedade fragmentada e de polarização ainda resiliente. “A união democrática, portanto, é fundamental para garantir os direitos que a Constituição assegura ao povo e para achar a pactuação possível”, explicou.
O dirigente também elogiou a indicação, feita por Lula, do ministro Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF) que, em sua avaliação, parte da compreensão de que a luta democrática, nas várias instituições, é estratégica.
Ele ainda discorreu sobre dificuldades que o país enfrenta no campo político, como a de governar e avançar com o Congresso mais conservador dos últimos 40 anos, o refluxo da luta dos movimentos sociais e a dificuldade de estabelecer diálogo com o segmento mais bolsonarista da população.
Ele defendeu a formação de um núcleo político mais maduro com um projeto avançado mais definido em torno de Lula a fim de enfrentar os obstáculos atuais e garantir o êxito de seu governo. Neste sentido, apontou que o partido precisa ser capaz de fazer a disputa dos rumos do governo não apenas dentro do governo, mas também na sociedade.
A luta no RS
O presidente reeleito do PCdoB-RS, Antônio Augusto Medeiros, fez um balanço sobre os cenários políticos nacional e local e o trabalho e desempenho do partido nos últimos anos. Disse que a vitória de Lula para a presidência da República reposicionou as forças políticas democráticas para um novo projeto de desenvolvimento nacional com soberania e que permite novas condições para a construção do socialismo.
Ele lembrou que nas eleições de 2022, as forças políticas e sociais progressistas do estado, entre as quais o PCdoB, conseguiram, apesar da força do bolsonarismo, derrotar a candidatura da extrema-direita, representada por Onyx Lorenzoni (PL), com a reeleição do governador Eduardo Leite (PSDB). Além disso, o PCdoB garantiu a eleição de duas jovens deputadas comunistas negras — Daiana Santos federal e Bruna Rodrigues estadual — e a manutenção de espaços importantes como os dois vereadores de Porto Alegre, Biga Pereira e Giovani Culau.
Para as eleições de 2024, apontou como principais objetivos do partido manter os atuais mandatos de vereadores e ampliá-los, além de participar ativamente na eleição de prefeitos do campo progressista e democrático e isolar a extrema-direita. Neste sentido, defendeu a importância de Porto Alegre formar uma frente ampla para derrotar o populismo bolsonarista do prefeito Sebastião Melo (MDB).
A deputada federal Daiana Santos afirmou que “enfrentamos o desafio da reconstrução e para isso acontecer de forma plena, precisamos nos posicionar como PCdoB, alinhar nosso projeto”. Ela defendeu que os comunistas devem lutar e exigir “a ocupação de espaços que são nossos na política” e ampliar a interlocução com as frentes de mulheres, negros, LGBTQIA+, entre outras, para se aproximarem cada vez mais das necessidades reais do povo.