Na manhã do dia 22 (quarta), estudantes do Colégio Estadual Doutor Eduardo Virmond Suplicy – o primeiro colégio estadual da cidade de Francisco Beltrão (PR) não entraram na sala de aula, mas construíram um momento democrático na rua em frente ao portão da escola, manifestando-se contrários ao projeto de militarização da educação pública.
O colégio conta com 1379 estudantes e está na lista para se tornar cívico-militar. A estudante Luana Bianchini, da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) afirmou que o “Suplicy não vai virar quartel, porque a gente está aqui demonstrando o quão é uma farsa esse sistema que o governo quer implantar em 127 escolas de nosso estado, não é pouca coisa. Eu espero realmente que a gente consiga reverter essa situação, porque nós queremos uma escola pública de qualidade e não militarizada.”
Professores e estudantes
O professor Denner Wynderson Weber, representante da APP – Sindicato, parabenizou a mobilização, dizendo que os estudantes precisam participar do processo educativo e falar que escola querem.
De acordo com Weber, o autoritarismo já iniciou antes mesmo da implantação do projeto. “Ontem, meu colega da APP foi impedido de falar na reunião com os pais que era para debater esse tema aqui nessa escola, por isso a manifestação de rua é importante, no sentido de esclarecer e dialogar com a sociedade.”
Além de diversas falas, o manifesto estudantil expôs cartazes denunciando o projeto do governador Ratinho Junior: “Não ao autoritarismo! Não à repressão! Não ao militarismo nas escolas!” As frases ainda diziam:“Educação pelo medo forma futuros opressores (e fascistas)!”; “Poderíamos estar estudando, mas estamos lutando contra o cívico-militar.”; “O melhor caminho para a disciplina é a educação, não o medo.”
Comunidade e organizações têm se manifestado contrárias à escola cívico-militar, a partir de consulta proposta pelo governo do Paraná / Eder Borba